UPA Padre Roberto de Divinópolis
A UPA é gerida pela Santa Casa de Formiga (Foto: Arquivo)

Mortes na unidade poderiam ser evitadas, segundo relatos de médicos; Relatório final foi concluído

Onze meses após ser protocolada, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que apurou irregularidades no contrato de gestão da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Divinópolis firmado entre a prefeitura e a Santa Casa de Formiga, chega de fato a entrega do relatório final. No expediente da reunião ordinária desta terça-feira (30), foi lido um projeto de decreto legislativo (CM 004/2018), que homologa a aprovação da conclusão das investigações.

Durante toda a apuração, cerca de 20 pessoas foram ouvidas pela comissão, que foi composta por Janete Aparecida (PSD),, Nêgo do Buriti (PEN), Raimundo Nonato (PDT) e Zé Luís da Farmácia (PMN). As investigações e as oitivas foram ambas realizadas em sigilo, com a justificativa de que a ampla divulgação poderia afetar os trabalhos e também a integridade dos depoentes.

“Foi comprovado que teve um pagamento irregular de cerca de R$ 2,7 milhões para a Santa Casa de Formiga, feito e retirado por eles no que chamam de rateio e tivemos também um prédio que está sucateado por má contratação, pois foi contratada uma empresa com um custo muito alto, porém não era feito serviço da maneira que tinha sido negociada, com isso, o prédio está todo degradado e precisando urgentemente de uma reforma”, disse Janete ao PORTAL.

Além disso, de acordo com Janete, ocorreram erros que poderiam ser evitados na execução do contrato, assim também como algumas mortes registradas na unidade.

“Foram citados vários depoimentos de médicos, confirmando que mortes que poderiam ser evitadas na UPA acontecem por falta de transferência e de leitos e também das irregularidades, como o funcionamento de um CTI que não poderia estar ocorrendo, pois não pode ter respiradores mecânicos dentro das unidades e dentre outras coisas que nos dão a entender que apesar de ser a nossa única porta de entrada, a UPA de Divinópolis funciona de uma maneira onde coloca muita gente em risco, inclusive os funcionários que ali trabalham, devido a superlotação”, finalizou.

O relatório final deverá ser votado nos próximos dias.