Amanda Quintiliano
Alterações deverão ser realizadas na Polícia Civil em Divinópolis. A informação foi repassada ao delegado regional, Leonardo Pio nesta quarta-feira (05) em reunião com o superintendente de Investigações e Polícia Judiciária da Polícia Civil de Minas Gerais, Márcio Lobato Rodrigues.
O anúncio não foi subsidiado de detalhes. Inicialmente foi falada de uma “intenção política”, porém sem entrar no mérito da motivação. O cargo de “delegado regional” é comissionado e parte de indicação do chefe da Polícia Civil e também do governador, Fernando Pimentel (PT).
“Eu fui convidado a comparecer na Cidade Administrativa e me disseram que há uma intenção política de fazer essa alteração. Mas, não foi falado em nomes e datas”, disse Pio.
Obstrução
O site Divinews revelou que a decisão pode estar ligada a interferência política conduzida pelo assessor especial da Prefeitura de Divinópolis, Fausto Barros. O também vice-presidente do PMDB na cidade foi afastado do cargo a partir de uma investigação por suspeita de coação de testemunha. Ele também é investigado por falsidade ideológica.
Fausto teria “mexido os pauzinhos”, segundo o site, para afastar o delegado regional do cargo. Ele é do mesmo partido do vice-governador, Antônio Andrade.
Leonardo Pio não confirmou a informação, mas também não negou.
“Não posso confirmar e nem desconfirmar porque não sei se é verdade. Quero acreditar que não seja. Sempre trabalhei em parceria com os poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e vocês da imprensa conhecem meu trabalho. Acredito na justiça Divina e também na dos homens”, afirmou ao PORTAL.
Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) alegou “que todos os remanejamentos administrativos de seus servidores ocorrem de forma rotineira e técnica, e visam, primordialmente, a melhoria do atendimento à população e a promoção da segurança pública no Estado. Informa, ainda, que até o momento não há nenhum ato formal para a substituição da chefia da delegacia regional de Divinópolis”.
O delegado regional vem se destacando desde que assumiu o cargo substituindo o então delegado, Fernando Vilaça.
Ocorrências
Do outro lado, além de ter ocupado as manchetes dos noticiários devido a investigação de coação de testemunha e falsidade ideológica, na última semana Barros voltou a ser assunto. Ele passou por cima de uma decisão judicial e determinou que o muro de uma construção fosse derrubado por uma máquina. O caso aconteceu na última quinta-feira (29).
O lote é alvo de disputa na Justiça, porém o responsável pela obra, o comerciante, Walid Kamache de Oliveira ganhou liminarmente o direito sobre ele. Mesmo desconsiderando a decisão judicial, o assessor especial tentou impedir que o muro fosse levantado.
Walid teria comprado o terreno por R$ 160 mil em 2013, porém não registrou no nome dele. Quando foi dar entrada nos documentos para transferi-lo descobriu que o lote estava no nome do filho de Fasto Barros, Antônio Fausto da Silva Barros Filho. Desde então estende-se a briga judicial.
Em março deste ano o juiz determinou que a posse do terreno continuasse com o comerciante. Walid registrou ocorrência policial contra o assessor especial.