Prefeitos de sete cidades da região Centro-Oeste, preocupados com a repercussão negativa do cancelamento do carnaval estão preparando um decreto regulamentando os cinco dias, tradicionalmente, reservados para a festa. A situação é complicada. Apesar da suspensão do evento, os gestores não podem proibir o povo de irem às ruas. A medida foi anunciada nesta terça-feira (30), durante coletiva, em Cláudio.
A principal preocupação é com a aglomeração de foliões em praças, desfiles de blocos, sem estrutura para receber turistas e os próprios moradores da cidade. Para evitar tumultos, os prefeitos de Oliveira, Cláudio, Carmópolis de Minas, Passa Tempo, Carmo da Mata, Itaguara e São Francisco de Paula irão emitir um decreto com várias normas de segurança.
Cada município terá um decreto com normas específicas. O mais rígido será o de Oliveira. Lá, será terminantemente proibido o desfile de blocos com risco de prisão para quem desobedecer.
“Temos em Oliveira 15 blocos, se todos resolverem sair às ruas, alguns com mais de 800 pessoas, vai virar carnaval e será pior, porque não teremos uma estrutura montada, não teremos efetivo policial suficiente, não teremos segurança particular, nem banheiros químicos”, explica o representante do prefeito, Antônio Penido, contando que eram esperadas 30 mil pessoas para a festa.
Já nas demais cidades, o decreto será apenas para regulamentar e dar aval para a polícia agir em casos de abusos. Em Cláudio, por exemplo, a prefeitura manterá o subsídio financeiro para o bloco da cidade. Em Itaguara, o prefeito Alisson Diego também não irá proibir os desfiles. Em Passa Tempo a prefeitura dará ainda mais suporte, contratando segurança e cercando a praça.
Em São Francisco de Paula, como a festa não é tradição, o prefeito Altair Junior da Silva não teme a aglomeração de pessoas. Em Carmo da Mata, segundo o prefeito Almir Resende Junior, as três escolas de samba optaram em não sair. Na cidade, o carnaval de rua dará espaço para a festa de salão.
O decreto de cada uma das cidades deverá ser publicado na próxima terça-feira (03). Em Oliveira, especificamente, um dia depois da publicação, representantes do governo irão se reunir com os líderes de blocos. Na cidade, o Ministério Público chegou até mesmo a emitir recomendação administrativa orientando os donos de casas de festas, barraqueiros a não realizarem nenhum tipo de evento
Crise
Durante a coletiva todos os prefeitos voltaram a reafirmar que a crise hídrica foi o principal motivo para o cancelamento das festas. Também foi levado em consideração a falta de recursos e também de segurança. Com a suspensão do evento, as sete cidades irão economizar, juntas, cerca de R$ 1 milhão. Em cada uma delas, o recurso será utilizado de uma maneira. Mas, a maioria dos prefeito disse que irá reverter a verba para investir em medidas para assegurar o abastecimento de água.