Apartamentos foram vendidos com preço variável entre R$500 mil a R$800 mil, segundo advogado; Proprietários ainda não foram encontrados
A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar as denúncias de estelionato contra uma construtora de imóveis de Divinópolis. Ao todo, 80 apartamentos seriam vendidos pela RBH.
De acordo com a delegada Adriene Lopes, compradores de apartamentos que compõem empreendimentos da companhia, compareceram à Delegacia Regional, noticiando que os sócios desapareceram, sem deixar notícias. O assunto veio ao conhecimento da mesma nesta quarta-feira (12).
“A sede do escritório da empresa está fechada e os funcionários foram dispensados por telefone. Não houve rescisão trabalhista”, disse.
Segundo a delegada, será feito o levantamento do prejuízo das vítimas e a polícia também irá tentar localizar os representantes da empresa, que até então não foram encontrados para prestar esclarecimentos.
Empreendimentos
A empresa, RBH Construtora, estava realizando as obras de três edifícios: Londres, Benfica e París. Segundo o advogado dos compradores de um dos empreendimentos, Victor Azevedo, quem adquiriu os apartamentos ficou surpreso com o que ocorreu.
“Até a última segunda (10), todas as obras, que sejam com menos pessoal, estavam funcionando e todos ficaram assustados com a informação de que a empresa havia decretado falência. Fomos atrás de informações e hora alguma conseguimos comprovativo que realmente havia este pedido, não havendo judicialmente. Aconteceu que os sócios da empresa estão foragidos desde então”, disse o advogado.
Adriene ainda contou que a PC irá fazer um levantamento do prejuízo das vítimas, além de tentar localizar os representantes da empresa. Uma parente de um dos sócios desaparecidos teria um depoimento marcado para esta sexta-feira (13), mas a mesma não compareceu. Dependendo do desenrolar das investigações, novos crimes poderão surgir.
“Não sabemos ainda o montante do prejuízo, mas são apartamentos que foram comercializados e variam de R$ 500 mil a R$ 900 mil. Os compradores terão que procurar a justiça cível para resolver o problema em outra instância para reparação de danos”, finalizou.
Victor, em nome dos compradores do Lisboa, disse quais ações irá tomar junto aos clientes prejudicados.
“Temos três coisas a se fazer no momento, que é o caminho criminal, para comprovar este possível estelionato, temos o lado do Ministério Público, para averiguar se houve algum crime contra a economia popular e temos de forma individualizada, buscar a reparação do dano causado por todos aqueles compradores que já repassaram boa parte do valor das unidades e que até então não tiveram esses imóveis entregues. Quanto a reparação civil, a primeiro momento estamos trabalhando com a possibilidade de uma ação de rescisão de contrato”, relatou.
O advogado finalizou declarando que irá tentar de todas as formas e meios judiciais possíveis para reaver o prejuízo que foi gerado.
“Não tem como falar de prazo para termos este retorno pois não consigo estipular esse limite determinado pela justiça. Estamos falando também de citações de pessoas que estavam na empresa e não encontramos os sócios. O que eu informo de imediato, é que estamos trabalhando e vamos tomar essas medidas judiciais o mais breve possível”, finalizou.