Amanda Quintiliano

O vereador e ex-vereadores de Divinópolis denunciados por nepotismo, falsidade ideológica e improbidade administrativa pelo Ministério Público negaram as acusações. Também não admitiram ligação com os crimes o ex-prefeito, Vladimir Azevedo (PSDB) e o ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, Pastor Paulo César.

O vereador Marcos Vinícius – denunciado criminalmente pela prática, disse que nunca teve parentes nomeados nos órgãos público. De acordo com as investigações, a comissionada Andreza Alves da Silva é cunhada do parlamentar.

O ex-vereador Rodyson Kristnamurti (PSDB) confirmou que a esposa do tio dele foi nomeada na gestão passada. Entretanto, afirmou que não foi por indicação dele e que ela ocupa a função há pelo menos 14 anos. Maria da Conceição Oliveira, segundo o tucano, está no cargo desde o governo de Aristides Salgado e, inclusive, foi nomeada pela atual gestão.

“Ela está lá pela competência dela, tanto é que já são mais de 14 anos de prefeitura. Quando eu assumi o mandato ela já estava lá. Não foi indicação minha, inclusive temos desentendimento familiar e não nos damos bem”, argumentou e acrescentou: “mesmo que fosse indicação minha isso não entraria na lei de nepotismo. Ela é casada com meu tio”.

Improbidade administrativa

Edimar Félix e Piriquito não foram encontrados para falar sobre o assunto (Foto: Divulgação)

Na ação civil foram citados outros três vereadores, Edimar Félix, José Wilson Piriquito e Edmar Rodrigues (PSD). Este último também negou qualquer relação com a nomeação dos citados na ação. Enfatizou que o único parente nomeado em cargo público foi exonerado quando foi aprovada a lei do nepotismo, porém isso foi antes dos dois mandato de Vladimir.

A reportagem tentou contato com Edimar Félix e Piriquito, no entanto nenhum deles foi encontrado para comentar o caso.

O ex-secretário de Desenvolvimento Econômico também aparece na lista de denunciados. Pastor Paulo César repetiu a alegação do demais e disse que não tinha parente nomeado na administração pública no período investigado.

“Há uns três meses fui chamado e me perguntaram se eu sabia do parentesco de uma servidor com o prefeito. Em momento nenhum foi perguntado sobre algum parente meu e não há”, alegou.

O PORTAL tentou contato com os demais denunciados, mas nenhum foi encontrado para comentar o caso até o fechamento desta matéria.

Ex-prefeito

O ex-prefeito disse que só foi notificado em um caso envolvendo a prima da esposa do ex-vereador Nilmar Eustáquio em outra ação. Ele se disse surpreso com a denúncia oferecida pelo Ministério Público.

“Ocorre que, a rigor como gestor nomeante, me precavi desde o início, visto a dimensão e complexidade da estrutura da prefeitura, mais de 200 cargos comissionados, das possíveis conexões de parentesco por consanguinidade ou afinidade, além da dupla legislação federal Súmula Vinculante 13 e a lei municipal própria cruzadas. Criei uma declaração em que todo nomeado assinou, se declarando ciente às legislações e responsável civil e criminalmente pelos efeitos, só daí assinava o decreto”, argumentou.

“Em todos os casos de nomeados no meu período, essas declarações foram assinadas, constam na respectiva pasta funcional e analisadas pela procuradoria, para daí gera o decreto de nomeação. Desta forma não entendo porque da minha citação, visto todas as precauções seguidas a rigor no viés funcional, jurídico e moral”, concluiu.