Na retrospectiva, a parlamentar abordou temas como educação, saúde e políticas públicas, além de compartilhar os bastidores de decisões importantes
Em uma entrevista exclusiva para o PORTAL GERAIS, a deputada estadual Lohanna França (PV) fez um balanço do ano de 2024, destacando os principais desafios e conquistas de sua trajetória política. Na retrospectiva, a parlamentar abordou temas como educação, saúde e políticas públicas, além de compartilhar os bastidores de decisões importantes e projetos que marcaram o ano. A conversa também trouxe uma reflexão sobre os aprendizados e as perspectivas para 2025.
Questionada sobre os principais destaques do ano, Lohanna contou que investiu no ponto de vista de recurso, em questões estruturantes, e que abraçou pautas que não eram abraçadas anteriormente.
“Eu vou te dar dois exemplos de cidades da região que repetem o que a gente fez em Divinópolis, o apoio aos catadores de material reciclável e a coleta seletiva. A gente fez isso em Florestal, em Lagoa da Prata, em Itaúna, em Itapecerica e é algo que a gente já faz desde o mandato de vereador em Divinópolis. Então é uma pauta que não era observada adequadamente. Inclusive, ela só era observada em BH, na capital, e a gente trouxe o holofote para os coletores de material reciclável do interior, que foi muito importante, tanto do ponto de vista da destinação de emenda, a gente destinou emenda para todos, a maior foi para Divinópolis, que foi o caminhão, quanto do ponto de vista de legislação” contou Lohanna.
Além disso, a deputada ressaltou que conseguiu acabar com a cobrança do ICMS para cooperativas de material reciclado.
“Desde 2017 eles estavam sendo cobrados no estado todo pelo ICMS proporcional ao que eles vendiam. A gente recebeu essa informação porque eles estavam começando a ficar com o nome negativado das associações, sem poder celebrar novos contratos”
Saúde
Na área da saúde também houve muitos avanços possíveis devido ao esforço de Lohanna. Em Divinópolis a pediatria do São João vai ser toda reformada, com a destinação de 1,5 milhões. Conforme as informações, a obra começa agora no fim do ano.
Além disso, para Itaúna e para Moema, houve destinação de recursos para a criação de usinas fotovoltaicas, para os hospitais não terem que pagar energia.
“É como se eu estivesse colocando R$880.000,00 (valor gasto com energia dos hospitais) de custeio todos os anos, mesmo quando eu não for mais deputada. É um negócio estruturante” declarou Lohanna.
Educação
Dos projetos apresentados, a deputada destacou que a pauta do Restaurante Universitário (RU) para UEMG em Divinópolis é urgente e importante e que precisa sair do papel.
“Eu atuei fiscalizando muito de perto o governador, mas ainda assim conseguindo propor algumas políticas públicas que o governo abraçou. Uma delas foi colocar na Lei de Permanência do Estado de Minas Gerais, o restaurante universitário. A Lei de Permanência do ensino superior de Minas Gerais era muito pobre, era uma lei que só reconhecia a bolsa como mecanismo de suporte para os estudantes do ensino superior. Então a gente colocou o RU na Lei para dar segurança jurídica para destinação de recursos que a gente faria naquele ano, no final do ano passado, de R$1,3 milhões para a UEMG Divinópolis fazer o seu RU”.
Além disso, Lohanna contou que houve a lançamento do edital para o restaurante universitário no início de dezembro e o prazo para sair a licitação é até o dia 20 do mesmo mês. A deputada tem acompanhado de perto, pois para ela é uma política muito importante, que vai além da emenda, considerando que tem a questão da legislação.
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Meio Ambiente
Na área ambiental, a deputada teve um olhar atento, tanto com destinação de emendas, como fiscalização que renderam penalidades à prefeitura de Divinópolis. Questionada sobre o que considera mais urgente para a cidade, Lohanna destaca a questão da arborização.
“Essa é uma pauta urgente que eu cobrei enquanto eu era vereadora e a prefeitura não executou. E a gente está falando de uma política pública muito barata, muito simples. Quando a gente fala do plano municipal de arborização, a gente está falando sobre algo que não depende de ninguém além da prefeitura municipal e que a gente já tem uma estrutura inclusive para a preparação das mudas, que é o Parque da ilha”
Além disso, a parlamentar destacou que a questão da arborização urbana está ligada a muitos ganhos, como permeabilidade e prevenção a enchentes, ganhos do ponto de vista da zona térmica, prevenindo as ilhas de calor que se formam naturalmente nos grandes centros.
Como segundo ponto de destaque, Lohanna fala sobre a universalização do tratamento de esgoto, ela destaca que sabe que é um projeto caro e que a Prefeitura depende da Copasa para executar.
“O segundo ponto, como eu trouxe, é a universalização do tratamento de esgoto. A gente está próximo da universalização do abastecimento de água, mas o tratamento de esgoto, não. A gente continua empacado. Enquanto as cidades da região têm de 70% a 75% de tratamento, algumas atingiram 100%, como a própria Itaúna atingiu e em Divinópolis, não.”
O Lixo em Divinópolis
Lohanna destaca que a alternativa mais viável é Divinópolis cuidar do próprio lixo. Porque considera que a cidade tem um papel de motor de desenvolvimento e de liderança regional. Ela ainda conta que é uma pessoa que cobra muito que o prefeito assuma essa posição de liderança regional.
“A questão da gente tomar a frente nessa questão do resíduo sólido, trouxe para a gente todo o ônus sem nos trazer o bônus. A perspectiva é que virão 300 toneladas de lixo por dia para Divinópolis, metade do lixo já somos nós que geramos. O divinopolitano gera 171 toneladas de lixo por dia, segundo o último dado do codema. Então a gente vai dobrar a quantidade de lixo que a gente coloca no município.”
A deputada ressalta que a medida irá prejudicar o acesso nas entradas e saídas da cidade, porque serão vários caminhões, de várias cidades levando lixo para Divinópolis todos os dias. Sendo assim, ela considera importante observar a questão de logística e infraestrutura.
Além disso, ela ainda aponta que o edital está sendo aberto sem descrever qual tecnologia será usada no aterro. Dessa forma, Lohanna pretende acompanhar de perto em 2025 e cobrar da Câmara sobre o assunto, inclusive deixando de lado as oposições e priorizando Divinópolis.
“É importante saber qual seria a tecnologia e nem a tecnologia está descrita no edital, isso não faz o menor sentido. Essa vai ser uma das discussões mais importantes em 2025. E eu espero que a Câmara municipal a faça altura. Inclusive sem perspectiva de oposição ou de base, com a perspectiva do que faz mais por Divinópolis”
Cultura
Em relação a cultura, Lohanna destacou a emenda aprovada na LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias. A emenda proposta pela deputada obriga o governo a executar todo o dinheiro da cultura.
“O fundo estadual de cultura é composto por dinheiro dos trabalhadores da cultura, são eles que põe esse dinheiro lá. Hoje o dinheiro existe, mas não é executado até o final. Vou te dar um exemplo: o estado tem 26 milhões liberados para o fundo esse ano e ele ta executando 16 milhões, não pode. Então a gente aprovou uma emenda na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) obrigando que o estado execute todo o dinheiro que está no fundo. Não é por mais dinheiro, não é tirar dinheiro da cirurgia, tirar dinheiro da rodovia, do ensino integral para isso. É o dinheiro que é da cultura ser executado para eles.”
Oposições
Ao ser questionada sobre a reeleição de Gleidson Azevedo para a prefeitura de Divinópolis, Lohanna conta que atribui o resultado a alguns fatores. O primeiro ao fato de que o da eleição era de reeleição, considerando que 81% dos prefeitos foram reeleitos no país todo. Além disso, como segundo aspecto, o investimento de muito dinheiro, como o acordo da Vale, o repasse de IPVA regularizado e emendas parlamentares. E como terceiro motivo, ela destaca a competência da vice prefeita Janete.
“O motivo é muito claro: a gente teve muito dinheiro para os cofres municipais, e isso fez com que os municípios recebessem muito dinheiro livre para investimento, que é um sonho de qualquer gestor. No caso de Divinópolis, o prefeito recebeu 15 milhões livres de investimento, para poder fazer obra, na época eu até sugeri que ele fizesse reformas nos postos de saúde, que estão caindo aos pedaços, mas ele não fez, ele usou esses 15 milhões para asfalto e calçamento, que são importantes, mas ao mesmo tempo é muito popular. Então quando ele faz isso, ele consegue agradar uma fatia importante do eleitorado que ainda não havia sido cuidada.”
“Com tanto recurso assim, tendo uma equipe competente a prefeitura consegue executar e fazer obras importantes que foi o que o prefeito Gleidson fez. Além disso, é preciso dizer que a prefeita de fato de Divinópolis se chama Janete Aparecida, que é a vice-prefeita, ela é a responsável pelos avanços que a gente observou.”
Sobre o governo estadual, Lohanna discorda do governador Romeu Zema (Novo) na questão das privatizações. Para ela, o caminho não é entregar o estado e os bens do estado para iniciativa privada para resolver tudo. Ela diz que pensar na privatização da CEMIG e COPASA, é ignorar a privatização feita em São Paulo e as consequências enfrentadas por eles.
“Eu vejo uma falha muito grande no governo Zema que é o olhar privatista sobre o Estado, é um olhar de dono sobre o Estado, mas não naquela frase boa de sentimento de dono, é no sentido de entender que o Estado está aí para atender interesses privados, e não está. O Estado existe para atender os interesses do povo, mesmo quando esses interesses não são financeiramente interessantes.”