Amanda Quintiliano

 

Moradores e comerciantes se mobilizaram (Foto: Amanda Quintiliano)

Moradores e comerciantes se mobilizaram (Foto: Amanda Quintiliano)

 

Taxa de esgoto sem o tratamento, rio tomado por aguapés, cheiro horrível. Esses são apenas três problemas que levaram dezenas de comerciantes e moradores ribeirinhos a manifestarem, no final da tarde desta sexta-feira (12), em Divinópolis. Cansados de promessas eles fecharam o trânsito parcialmente na ponte que liga o bairro Niterói a região central da cidade.

 

Com faixas e cartazes eles fizeram uma barreira sustentada, principalmente, pela indignação. Para os problemas não faltam promessas. Já se vão duas semanas desde a chegada do papa-aguapé e nada dele ser colocado para funcionar. Para o tratamento a resposta é única: só em 2016. Enquanto isso, quem vive a beira do rio terá que conviver e se adaptar ao mau cheiro.

 

“Tenho um comércio que trabalha com comida e minhas vendas caíram 20%. A noite a gente não suporta o mau cheiro. A gente liga para Copasa e eles não falam nada, liga para a prefeitura e é do mesmo jeito. Queremos uma providência e vamos continuar a fazer essas manifestações enquanto alguém não nos receber”, desabafou a comerciante, Fabiana de Oliveira.

 

O trânsito foi liberado aos poucos. Para passar os motoristas e condutores de motos precisavam assinar um abaixo assinado que será repassado aos órgãos competentes. A Polícia Militar está no local dando suporte ao movimento e controlando o trânsito. O congestionamento, em alguns momentos, chegou na Avenida Getúlio Vargas, para quem vinha do centro e na JK para quem vinha da região dos shoppings.

 

 

Posições

 

Assessoria de Comunicação da Prefeitura desta vez não quis arriscar uma data para o início da retirada dos aguapés. Disse que a máquina ainda está em manutenção e que nos próximos dias deverá ser colocado no Itapecerica. A medida será paliativa. Serão 85 mil metros quadrados de limpeza e outros tantos ficaram a espera da chuva em outros trechos, como perto do bairro Candelária.

 

Já em relação da taxa de esgoto, a Copasa se manifestou mais uma vez por meio de nota. O que muda são as palavras, mas as explicações, alegações e justificativas continuam as mesmas. A companhia informou que a cidade já conta com uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) em operação desde novembro de 2013, localizada no Centro Industrial. O projeto para implantação de um sistema de esgotamento sanitário completo para a cidade prevê mais duas estações, uma para tratamento do esgoto da bacia do Rio Itapecerica e outra exclusiva para Santo Antônio dos Campos (Ermida). A previsão é que estas unidades de tratamento sejam implantadas até o final de 2016.

 

“A tarifa dos serviços de água e esgoto prestados pela Copasa é estabelecida pela Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (Arsae-MG) e é a mesma cobrada em todos os municípios onde a empresa atua”, continua a nota.

 

Atualmente, a Copasa é a responsável pela coleta de esgoto e manutenção das redes do município. Em Divinópolis, somente aqueles clientes que já têm seus esgotos encaminhados à ETE Rio Pará pagam a tarifa de tratamento de esgoto, que corresponde a 90% do valor do consumo de água do imóvel.

 

Depoimento da moradora Jeovana Macedo: