Amanda Quintiliano
Pouco mais de uma semana após a polêmica envolvendo o horário de término das aulas das escolas estaduais, em Divinópolis, a Superintendência de Ensino e a Secretaria de Estado de Educação são alvos de mais um protesto. Os membros da direção da Escola Estadual Belarmino Gomes, em Santo Antônio dos Campos (Ermida), entregaram o cargo, nesta sexta-feira (21), alegando superlotação das salas de aula.
A decisão mobilizou os estudantes do ensino médio que protestaram com cartazes pelas ruas do distrito. Cumprindo uma determinação da Superintendência, as turmas do primeiro e segundo ano do ensino médio foram fundidas. Antes eram três salas de primeiro ano e a partir de agora serão duas, o mesmo ocorreu com as três do segundo ano. Com isso, cada turma terá, em média, 45 alunos.
A alegação da diretoria é que o prédio da escola é antigo, com 56 anos de construção, e as salas são pequenas e não comportam a quantia estipulada pela superintendência. “Temos salas de 29, 35 metros quadrados”, afirma o secretário Jorge José Pinto. Antes de deixarem o cargo, a diretora Valéria Fernandes, as vices Valéria Lino e Raquel Carvalho e Jorge tentaram conversar e reverter a decisão na Superintendência.
“Já tínhamos conversado com a superintendência e não tivemos nenhum retorno. A resposta que tivemos é que a superintendente disse que a ordem partiu dela e que a decisão já tinha sido tomada. Então preferimos entregar os cargos”, relata o secretário.
Jorge também disse que a superlotação interfere na qualidade do ensino.
“Que qualidade de ensino vamos ter? Na última avaliação que tivemos do governo do Estado, em língua portuguesa
ficamos em segundo lugar no município e em matemática em terceiro lugar”
Protesto
A causa foi abraçada pelos 180 alunos dos dois anos do ensino médio que foram às ruas cobrar uma medida do Estado e pedir a permanência da diretoria.
“Isso resultaria em salas ainda mais cheias, com pouca estrutura e os alunos ainda teriam mais dificuldades em aprendizado. O nosso protesto é para que a direção fique, pois do jeito que está já é difícil, imagina sem ela”, disse Franciele, uma das estudantes.
Governo
A decisão da direção parece não ter mobilizado a Secretaria de Estado de Educação que descarta, inicialmente, voltar atrás na decisão. Por telefone, a assessoria de comunicação, disse que a medida é em cumprimento da lei que prevê a quantia máxima de 45 alunos por turma. Segundo a assessoria, a secretaria entende que 30 estudantes por classe é um número pequeno e por isso houve a determinação de redivisão.
A assessoria ainda informou que é tido como base de cálculo um metro quadrado para cada aluno e que as salas da escola, segundo medição feita pela superintendência, são de 46 metros quadrados. Eles também alegam que há uma sala utilizada para retroprojeção e filmes de 52 metros quadrados e que poderia ser utilizada como sala de aula.
Sobre o fato de a diretoria ter deixado o cargo, a assessoria tratou como “decisão pessoal” e que caberá à Superintendência tomar as providências para a substituição.