Divinópolis Divulgação/PMD

O Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (UPS) apontou as causas dos tremores em Divinópolis como naturais. Um estudo foi realizado e divulgado nesta quarta-feira (19/1). Entre os dias 10 e 19 a cidade registrou 29 abalos sísmicos com magnitude de 3 a 1.6. Os epicentros estão próximos do bairro Candidés.

Mais de 500 relatos da população foram enviados ao Centro de Sismologia da USP, o que permitiu melhor estimar a localização do epicentro. Não houve danos registrados.

Esses tremores ocorreram numa região de Minas Gerais, em torno de Belo Horizonte, com um longo histórico de sismos no passado.

“Não há razão para acreditar que não se trate de atividade sísmica natural, sem relação com atividade exploratório de pedreiras, ou com enchimento rápido do reservatório de Gafanhoto. Possível relação com chuvas intensas no último mês é pouco provável e muito difícil de comprovar. O padrão de tremores ocorrendo durante vários dias (“enxame” de sismos) não é incomum”, informa o estudo.

Sismos de magnitude 3,0 são bastante comuns no Brasil e em Minas Gerais. O estado já presenciou sismos de magnitudes bem maiores, como os de São Francisco em 1931 e o de Itacarambi em 2007, no norte do estado, ambos com magnitudes 4,9 e intensidades máximas de VI e VII MM (trincas e rachaduras em paredes).

“Essa série de tremores em Divinópolis parece fazer parte de uma zona de sismos mais frequentes que inclui o Quadrilátero Ferrífero. Portanto, tudo indica que os tremores de terra em Divinópolis são de origem natural e fazem parte de um “enxame” sísmico similar a outros casos de sismicidade no Brasil. Sismos naturais são totalmente imprevisíveis e não é possível saber até quando a atividade continuará, nem se as magnitudes vão diminuir ou aumentar”, explica.

Causas descartadas

O estudo aponta que  o reservatório de Carmo do Cajuru, a 20 km de Divinópolis, já registrou atividade sísmica na década de 70. Entretanto a distância entre o município e o epicentro descarta possibilidade de relação, assim com a Usina do Gafanhoto, a 2,5 km.

Também foi descartada a relação com impacto da exploração de pedreiras. Os poucos casos são de extração de enormes quantidades de rocha deixando uma cava com mais de 100 m de profundidade. Neste caso, os focos dos sismos estarão também logo abaixo da cava ou nas suas beiradas. Entretanto, as duas pedreiras estão a 2.2 e 3.4 quilômetros de distância do epicentro.

O estudo também tratou como “muito remota” a possibilidade e relação com as chuvas intensas das últimas, já que não houve relatos em outras regiões do Estado.