Poliany Mota

 

Catarina destaca a importância da valorização da mulher negra (Foto: Reprodução Faccebook)

Catarina destaca a importância da valorização da mulher negra (Foto: Reprodução Faccebook)

Nesta sexta-feira (25) Divinópolis comemora, pela primeira vez, o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha. A data surgiu em 1992, quando mulheres negras de 70 países participaram do I Encontro de Mulheres Negras da América Latina e do Caribe, em Santo Domingo, na República Dominicana, tendo o último dia de evento ficado marcado como o dia para celebrar e refletir sobre o papel das mulheres negras nesses países.

 

No município a data será lembrada com uma Roda de Conversa, no Espaço Cultural Tia Elza, a partir das 20h. O evento é promovido pelo Grupo Raiz Negra, com o apoio do Movimento Unificado Negro de Divinópolis (Mundi).

 

“Não é fácil ser negra, eu digo por experiência própria. As meninas começam sentir na pele cedo o preconceito da sociedade. Começam a querer a alisar o cabelo cada vez mais jovens, porque alguém disse que parece palha de aço. Por mais que se fale no preconceito, é difícil discutir sobre temáticas que envolvam o negro. Precisamos trabalhar mais com os jovens para que essa realidade mude”, contou uma das organizadoras do evento Maria Catarina Vale.

 

Além de depoimentos de mulheres negras de destaque, haverá roda de capoeira, música e decoração remetente à temática. O ingresso para a Roda de Conversa custa R$ 5 e podem ser adquiridos no local. A renda arrecadada será doada ao Grupo Raiz Negra, responsável por realizar diversos eventos sobre a cultura na cidade.

 

Catarina ressalta que é indispensável a participação da mulher negra divinopolitana nas discussões a cerca do seu papel na sociedade.

 

“A mulher negra ainda sofre muito com as questões sociais, raciais e sexuais. Os movimentos feministas não discutem os problemas enfrentados por elas. A realização desse evento no Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha é justamente para despertar essa temática em Divinópolis, que eu acredito ser a única cidade da região centro-oeste, e uma das poucas em todo no estado, a incorporar a data”.