Diego Henrique
Centenas de mulheres sofrem diariamente algum tipo de agressão. Só na Delegacia da Mulher, em Divinópolis, são registradas cerca de 40 ocorrências mensalmente. Só no mês de fevereiro, cerca de 31 pedidos de medida protetiva, quando o juiz determina o afastamento do agressor, foram solicitados.
Uma mulher que preferiu não se identificar esteve nesta terça-feira (08), Dia Internacional da Mulher, para registrar um boletim de ocorrência contra o próprio marido.
A dona de casa de 32 anos, contou ao PORTAL, que sofre agressões há cerca de 10 anos e por duas vezes ela procurou a polícia, porém, com medo de represália do companheiro, ela retirou a queixa.
“O meu marido me trai há 10 anos e ele sempre diz que as mulheres da rua são melhores do que eu. Já apanhei várias vezes com a minha filha no colo,” disse.
Ainda de acordo com a mulher, as agressões não são apenas físicas.
“Quando peço o divórcio, ele deixa faltar às coisas dentro de casa e me xinga com palavras de baixo calão, mas se eu digo que vou aceitar a prostituição dele, ele me trata muito bem,” desabafou.
De acordo com o delegado Marcos Henrique, em casos como esse, a mulher deve procurar a delegacia de polícia para o registro da ocorrência.
“Seja da simples ameaça, seja lesão corporal de natureza leve ou gravíssima ou de outros casos, a mulher deve procurar a delegacia de polícia para que uma medida protetiva seja solicitada e o agressor seja obrigado a se distanciar da vítima,” explicou.
O delegado ainda ressaltou que, caso as agressões continuem, o boletim de ocorrência tem validade de até seis meses para que seja representado.
“Mesmo que a mulher não represente no primeiro momento, ela tem até seis meses para a representação, caso as agressões continuem. Após a representação, o processo é encaminhado para a justiça,” afirmou.
Dentro da delegacia existe o Setor de Acolhimento Humanitário, onde uma equipe especializada oferece apoio psicológico para a vítima.