A cidade está ficando de fora das expansões da rede de supermercados por dificuldades impostas por autoridades locais

O proprietário da rede de supermercados ABC, Waldemar Amaral não poupou críticas às autoridades de Divinópolis. Com previsão de abrir sete lojas este ano e gerar cerca de 700 empregos, nenhuma das expansões estão previstas para a cidade. A justificativa é a falta de incentivos e velocidade.

As declarações foram dada em entrevista concedida ao Sistema MPA após a reunião da Associação Comunitária para Assuntos de Segurança Pública (Acasp). O empresário citou cidades do Sul e Triângulo para exemplificar autoridades focadas numa gestão de Desenvolvimento Econômico.

Só em Uberlândia, para se ter ideia, serão inauguradas quatro lojas este ano. Em Uberaba já houve a inauguração de uma, Ituiutaba também, além de Pouso Alegre.

“Vamos abrir lojas em Uberlândia e a recepção dos órgãos competentes para facilitar as coisas lá é muito grande. Estamos com um CD para montar aqui em Divinópolis, mas nós temos oferta de terreno fora daqui, aqui ninguém interessou ainda. Vai gerar 370 empregos. É facilitar, não é dificultar”.

Dificuldades

O empresário resume em uma palavra a razão por repensar investimentos em Divinópolis: dificuldade.

“Tem algum valor o empreendedor? Tem alguma facilidade? Alguém se interessa por uma loja que irá gerar 100, 200 empregos?”, indagou.

Ao ser indagado sobre o “ABC desistir da cidade”, ele disparou:

“O ABC não está desistindo. O ABC é de Divinópolis, mas tem que investir aonde as coisas andam. Você precisa estar aonde o povo quer. Aqui, as autoridades não querem que a gente esteja”.

Em Passos, a rede abriu uma loja em seis meses gerando 300 empregos, hoje em um mesmo quarteirão há farmácia, restaurante e um posto de gasolina.

Falta renda

Além da críticas, Amaral destacou outro problemas desencadeado pela falta de incentivos para atrair empresas: desemprego.

“Se dificultar a entrada de empresas aqui dentro, primeiro o que acontece, se não tem emprego não tem renda, se não tem renda não tem movimento, a cidade vai acabando, estamos a cada dia perdendo”, argumentou dispensando as justificativas do governo de repasses atrasados do Estado.

“Ah, mas o Estado não está pagando, eu sei, não está pagando ninguém. Nenhuma prefeitura está recebendo, mas nós temos que pular, adiantar, porque o dinheiro vai vir, e quando vier poderá ser usado para outras coisas”.