Ele rechaçou desinformação do prefeito sobre “ideologia de gênero” e cobrou valorização da educação em Divinópolis, lembrando o fechamento de escolas, a compra de brinquedos sem utilidade e a proibição de merenda para professores
O vereador Vitor Costa (PT) desmentiu rumores sobre sua suposta tentativa de integrar a Comissão de Educação da Câmara de Divinópolis, na Região Centro – Oeste de Minas e rechaçou desinformação do prefeito Gleidson Azevedo (Novo) sobre “ideologia de gênero”.
Vitor afirmou que apesar da importância da comissão de educação, ele não solicitou a participação e lembrou que a escolha segue a proporcionalidade partidária.
“A Comissão de Educação é importante, mas não é a única com peso na Câmara. O Regimento Interno estabelece que a distribuição das comissões ocorre de acordo com a proporcionalidade partidária. Sendo o único vereador do PT, naturalmente, não estarei presente em várias delas”, explicou.
Vitor reforçou que, por isso, priorizou outras áreas de atuação no ofício enviado à presidência da Casa e que optou por não divulgar suas solicitações.
“Independentemente da comissão em que eu estiver, a extrema direita sempre tentará reagir de forma negativa, pois não tolera visões políticas divergentes”, afirmou.
Arthur Saturnino
Em relação aos vídeos publicados pelo militante Arthur Saturnino, o parlamentar afirmou que não pretende alimentar polêmicas geradas por aqueles que buscam autopromoção.
“Em relação ao rapaz (Arthur Saturnino), minha resposta será continuar trabalhando. Ele não conseguiu eleger sua namorada para a Câmara, mesmo utilizando discursos sensacionalistas, e agora tenta atacar aqueles que conquistaram o mandato de forma legítima,” ressaltou
Vitor destacou que o influenciador é apenas “uma peça” disposta a expressar o ódio que vem de outros setores e que esta atento e que tomara medidas cabíveis no momento oportuno
“Porém, me parece que ele é apenas uma peça dentro de algo maior, alguém disposto a expressar um ódio que vem de outros setores. Estou atento e, no momento oportuno, tomarei as medidas cabíveis.”
Vitor diz que não “alimentará polêmica” de quem busca se promover e dar visibilidade a quem as promove.
“No mais, não pretendo alimentar polêmicas que apenas buscam dar visibilidade a quem as promove,” disse
Conselho Municipal de Educação
Vitor Costa esclareceu também sua saída do Conselho Municipal de Educação. O parlamentar ressaltou que não faz mais parte do Conselho Municipal de Educação, conforme divulgado pelo Arthur Saturnino nos vídeos.
A decisão ocorreu em 21 de janeiro, respeitando jurisprudência que impede vereadores e assessores de integrarem conselhos municipais. Mesmo fora da comissão, ele ressaltou seu acompanhamento da educação municipal.
“Sigo como ouvinte no Conselho Municipal de Educação (COMED), mesmo após renunciar ao cargo de conselheiro, que ocupei por dois mandatos”, disse.
Críticas à gestão municipal
O vereador criticou a administração do prefeito Gleidson Azevedo (NOVO) em relação à educação. Ele destacou o fechamento de escolas, a compra de brinquedos sem utilidade por quase R$ 10 mil cada e a proibição da merenda para professores.
“Valorização da educação passa por reconhecer e respeitar os profissionais da área e garantir a boa aplicação dos recursos públicos”, afirmou.
Sobre um vídeo que o prefeito Gleidson Azevedo (NOVO), compartilhou em suas redes sociais, na última sexta-feira (31/01) Costa ironizou.
“Me alegra ouvir que ele declarou respeitar qualquer vereador da Comissão de Educação e apoiar projetos para as crianças de Divinópolis. Então, peço que apoie o projeto que protocolei para regulamentar o fechamento de escolas municipais”, alfinetou.
O vereador rebateu ainda a fala do prefeito de Divinópolis sobre a possibilidade de vetar qualquer projeto.
“É verdade que ele tem essa prerrogativa. No entanto, a Câmara pode derrubar um veto e garantir o avanço de propostas importantes”, ressaltou.
“Ideologia de gênero” e desinformação
Vitor Costa também refutou declarações do prefeito sobre “ideologia de gênero”, classificando o termo como uma falácia criada por grupos ultraconservadores.
“Isso surgiu em 2005 por meio de movimentos como o ‘Escola Sem Partido’, que rejeitam debates sobre desigualdade de gênero, violência contra a mulher e diversidade”, afirmou.
Conforme o vereador, educação de qualidade passa por reconhecer essas desigualdades.
“Mulheres ganham menos, enfrentam dificuldades no mercado de trabalho e acumulam responsabilidades domésticas. Falar sobre diversidade significa respeitar diferentes grupos, independentemente de identidade de gênero, orientação sexual ou origem”, disse.
Vitor Costa concluiu que uma educação que ignora essas questões forma indivíduos intolerantes e propensos à violência.
“Esse tipo de postura não condiz com os valores cristãos que o prefeito diz defender”, provocou.
Por fim, ele defendeu que a presidência da Comissão de Educação seja ocupada por alguém comprometido com a realidade educacional do município.
“A educação de Divinópolis precisa de responsabilidade, não de disputas ideológicas e partidárias vazias”, finalizou.