Gol de Léo Torres, aos 44 minutos do segundo tempo, garantiu o título da competição e a festa dos jogadores e torcedores em Divinópolis
Marcelo Lopes
“O campeão voltou!” A tarde deste sábado (05) foi de muita emoção para quem acompanhou o segundo jogo da finalíssima do Módulo II do Campeonato Mineiro. Em Divinópolis, Guarani e Tupynambás empataram em 1 a 1, mas devido ao resultado do primeiro jogo, no qual o Bugre venceu por 1 a 0, a equipe divinopolitana garantiu o tricampeonato do Módulo II do Campeonato Mineiro (2002, 2010 e 2018). O gol bugrino foi marcado por Léo Torres, que entrou durante a segunda etapa e garantiu o título, aos 44 minutos.
Antes do jogo
Os portões do estádio Waldemar Teixeira de Faria abriram às 13h, mas as taças de campeão e vice já estavam presentes desde 12h30, assim também como as medalhas.
Aos poucos, os torcedores chegavam as dependências do Farião. A promessa, era de casa cheia, pois os 4.170 ingressos colocados à venda foram completamente vendidos. O ônibus do Bugre chegava ao estádio e assim como no dia do acesso, veio carregado pelos torcedores que estavam do lado de fora, com muita festa. A delegação adversária chegou alguns minutos depois e foi recebido por aplausos de quem o acompanhava.
A amistosidade também esteve presente quando as duas equipes entraram para se aquecer. Glaysson, goleiro da equipe de Juiz de Fora e que esteve no Guarani durante o bicampeonato, em 2010, foi aplaudido e ovacionado pela torcida.
Apoio não faltava. Os adeptos bugrinos escalavam os jogadores do elenco do Guarani, tanto os titulares, como os reservas. Elder, que esteve de fora das finais por uma lesão no tendão de aquiles, entrou com os jogadores e também foi saudado pela galera.
1º Tempo
O Guarani iniciou o jogo com uma superioridade no ataque, jogando de uma forma leve. Nos primeiros cinco minutos, já obtinha um escanteio favorável e jogadas pelas laterais
Já o Tupynambás, assustou pela primeira vez nos momentos iniciais. Richard veio na velocidade pela direita e Wagner não conseguiu acompanhar. O jogador do Baeta finalizou, mas a bola explodiu no peito de Leandro.
As chances não paravam de aparecer e assim, o Bugre obtinha mais uma oportunidade. Leomir lançou bola alta em profundidade para Paulo Morais, mas Glaysson saiu e levou a vantagem para ficar com a bola
O Tupynambás chegava novamente. Guilherme fez jogada pela esquerda e passou por Ricardo. O atleta tentou fazer o passe para o meio da grande área, mas Wagner, esperto, estava no lance e fez o corte.
Com isso, o jogo era igual para os dois lados, em velocidade e em jogadas ofensivas. O Tupynambás apostava em bolas alçadas. Já o Bugre, apostava pelas laterais, usando a bola no chão
Aos 12 minutos, em cobrança de escanteio para o Tupynambás, a defesa desviou para fora da área. Catatau recebeu a sobra e arriscou de fora. A bola desviou na defesa e passou pelo lado esquerdo de Leandro, assustando a torcida.
Cinco minutos mais tarde, vinha a primeira das chances mais preciosas do Guarani. Pedrinho recebeu lançamento em profundidade pelo meio de campo. O artilheiro do Bugre ficou de cara a cara com Glaysson, mas o goleiro levou a melhor.
O Guarani era um time claramente superior. Após administrar a bola no campo de ataque, Pedrinho ganhou a briga pela posse de bola. Em um passe de calcanhar, deixou alemão na cara do gol, mas o samurai bugrino desperdiçou no chute cruzado, finalizando para fora, agitando a torcida
O camisa 9 iniciou mais uma situação para o Bugre aproveitar. Pedrinho ganhou a disputa de bola e lançou para a direita. Paulo Morais recebeu e cortou para o pé esquerdo. No chute, a bola desviou na defesa e acertou o travessão.
A partida ganhava uma outra dinâmica com estas chances. Em mais uma, a bola foi alçada para o meio da pequena área. Magalhães recebeu e chutou em cima de Glaysson, mas a arbitragem já marcava impedimento. Na defesa, o goleiro do Tupynambás caiu de mal jeito e precisou ser atendido, aos 29 minutos.
“Quem não faz…”
Se lembram das jogadas aéreas do Tupynambás? Aos 39, uma enfim havia funcionado.
Após defesa de Glaysson, os Baetas iniciaram um curto contra ataque. Catatau cruzou para a área, a defesa não se entendeu e Yan, de cabeça, abriu o placar. 1 a 0, Baeta.
Após o gol, o Bugre buscava a reação. Alemão recebeu e tinha a chance de finalizar, mas ao tentar trazer a bola para o pé esquerdo, foi desarmado pela defesa.
O primeiro cartão da partida foi para o experiente Ademilson, após a marcação de uma falta.
O placar eletrônico na beira do gramado levantava cinco minutos de acréscimo. O Tupynambás chegou mais ao ataque nos últimos momentos, mas sem êxito.
Após o apito que definiu o fim da primeira etapa, mesmo em desvantagem na partida, a torcida aplaudiu o Bugre na saída de campo
2º Tempo
Para a etapa final, as duas equipes voltaram sem alterações.
Nos primeiros minutos do segundo tempo, a bola estava no campo de defesa do Guarani, que afastou o lance. No ataque, Magalhães disputou a bola com os Baetas. Leomir também entrou na jogada, mas sofreu a falta em um tranco com o adversário. O camisa dez do Bugre cobrou a falta com perfeição na perna canhota. Glaysson estava nesta tarde inspirado e fez uma grande defesa, afastando para escanteio, aos 3 minutos.
No toma-lá-dá-cá, o Tupynambás respondeu. Richard veio pela direita e arriscou. No chute, a bola passou por cima do gol de Leandro.
A vontade do Guarani voltava a ficar presente no jogo. Já o Tupynambás tinha que buscar o segundo gol para ter a vantagem pelo título, pois o 1 a 0 ainda dava a taça de campeão para o Guarani, devido a melhor campanha na primeira fase.
Era pressão para os dois lados, mais para o Guarani, que buscava o ataque, mas ainda estava sem aproveitar as oportunidades. No lado do time de Juiz de Fora, Catatau recebia o amarelo.
Gian Rodrigues, vendo a situação no confronto, resolveu fazer a primeira alteração na equipe, e foi daquelas tradicionais feitas pelo treinador. Yuri entrava no lugar de Kauê. O Tupynambás também resolveu mexer. Guiba acionou Maicon para a saída de Wilson.
Com as modificações realizadas, o Bugre insistia no ataque. Em jogada pela direita, Pedrinho arriscou com chute sem muita força, ficando fácil para Glaysson.
A partida se tornava ainda mais perigosa. As pressões da equipe visitante continuavam no campo de defesa bugrino. A ansiedade fazia com que os atletas da equipe divinopolitana não aproveitassem a posse de bola de uma forma mais prolongada. Mesmo assim o Guarani buscava mais finalizações. Alemão chutou de fora, mas Glaysson fez a defesa. Em cobrança de falta pela esquerda, Ricardo cruza a bola forte na área. Wagner procurou o lance, mas não conseguiu chegar a tempo de finalizar
Leandro, por demorar a cobrar o tiro de meta, recebeu o primeiro amarelo do Guarani na partida. A equipe se modificava pela segunda vez. Léo Torres substituiu Leomir.
Vinícius Belo Vale, em disputa com Paulo Morais, acabou deixando a perna no atleta do Bugre. Com isso, o árbitro Wanderson Alves de Souza expulsou o jogador, deixando o Tupynambás com um a menos.
Por mais que o Bugre insistisse, parecia que a bola não queria ir às redes de jeito nenhum. Balaio, pela esquerda, lançava para Magalhães, que de letra, tocou para Pedrinho. O atacante perdeu a chance de cara para o gol, chutando para fora.
O Tupynambás, enfim, substituía pela última vez. Lucas Coutinho e Aurélio entravam nos lugares de Lucas Hipólito e Richard.
“E lá se vão nossos heróis…”
O relógio estava com o tempo se esgotando. O Guarani estava mais uma vez no ataque e já eram registrados 44 minutos do segundo tempo. Como eram os últimos minutos, se prevaleceu o último verso do hino da equipe divinopolitana, mostrando que o nome do Guarani é de fato, imortal. Ali, acontecia a explosão de felicidade dos mais de 4 mil torcedores que estavam com o grito de gol entalado na garganta.
Paulo Morais fez jogada pela direita e ao ganhar a disputa a bola na entrada da área, tocou para Léo Torres. O jogador, que havia entrado há poucos minutos, cortou o zagueiro e de pé esquerdo, chutou para as redes.
Com pouco tempo para jogar, a comemoração do gol se unificou ao grito de “é campeão”. Já não se restava muito a fazer a não ser decretar o fim do jogo com o apito final. Os adeptos fizeram a festa no Farião, dentro e fora dos gramados. Mesmo com o resultado sacramentado, as duas equipes festejaram, pois já haviam conquistado o acesso.
Tricampeões, os atletas bugrinos levantaram a taça e tiveram a festa de uma forma mais prolongada, curtindo a conquista pelas ruas da cidade no caminhão do Corpo de Bombeiros.
Com o fim da jornada pelo Módulo II, o Guarani só voltará a atuar com a equipe principal em 2019, pela elite do Campeonato Mineiro, provavelmente com um time diferente do que a torcida acompanhou de fevereiro até maio..
Confira logo abaixo a ficha completa da partida
Campeonato Mineiro – Módulo II – Final (segundo jogo) – Guarani 1×1 Tupynambás (agregado 2×1)
Guarani – Técnico: Gian Rodrigues
Leandro; Ricardo e Thiago Balaio; Wagner Gontijo e Mancha; Alemão, Kauê (Yuri) e Leomir (Léo Torres); Magalhães, Paulo Morais e Pedrinho;
Tupynambás – Técnico: Guiba
Glaysson; Catatau, Lucas Hipólito (Lucas Coutinho), Adriano e Vinícius Belo Vale;, Guilherme, Gustavo Crecci e Wilson (Maicon); Yan, Richard (Aurélio) e Ademilson;
Gols
Tupynambás: Yan (34 minutos do primeiro tempo)
Guarani: Léo Torres (44 minutos do segundo tempo)
Comissão de arbitragem
Árbitro: Wanderson Alves de Souza
Assistentes: Ricardo Junio de Souza e Pablo Almeida Costa
Adicional 1: Emerson de Almeida Ferreira
Adicional 2: Antonio Márcio Teixeira da Silva
Quarto Árbitro: Gabriel Murta Barbosa Maciel
Quinto Árbitro: Fernanda Nandrea Gomes Antunes