No encontro dos sindicalistas com o pré-candidato à presidência da República do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, realizado nesta sexta, 14, em São Paulo, a presidenta do Sinpro Minas e da CTB/MG, Valéria Morato, fez duras críticas à atual politica educacional do governo Bolsonaro. “No governo do presidente Lula foi aprovado o piso nacional do magistério. Havia o consenso de que o desenvolvimento do país só era possível com educação de qualidade, inclusiva, e com a valorização de professores e professoras. No entanto, desde o final de 2018 a educação viveu momentos terríveis. Os professores foram desrespeitados em sua liberdade de cátedra, e muitos abandonaram a profissão. O plano nacional de educação foi rasgado, a educação pública começou a ser privatizada, e o Ministério da Educação foi aparelhado. Construíram ali a escola com partido, o partido deles, do orçamento secreto, da troca de livros por ouro”.
“Nós estamos aqui porque queremos de volta o que construímos com você, presidente”, continuou. “Em 2010, eu o recebi em minha cidade, Divinópolis, para entregar o campus da Universidade Federal de S. J. Del Rey. No seu governo os filhos da classe trabalhadora finalmente puderam entrar na universidade. Na condição de secretária municipal de Educação fui para Brasília buscar a aprovação de quatro centros municipais de educação infantil. Os programas de esporte educacional eram eficazes e as crianças eram vacinadas e felizes”.
Valéria também pediu a volta do ministério das mulheres, extinto por Bolsonaro. “Somos nós as primeiras a serem excluídas do mercado de trabalho nos momentos de crise”. Para Valéria, é preciso a retomada de políticas públicas que combatam a sobrecarga doméstica das mulheres, como a criação de creches em horários alternativos para mães que estudam e trabalham.
Pauta dos trabalhadores foi entregue para Lula
No encontro, que reuniu centenas de dirigentes das 10 centrais sindicais do país, foi entregue ao ex-presidente o documento oficial com propostas do movimento sindical para a reconstrução do Brasil. Aprovada na Conferência da Classe Trabalhadora 2022 (Conclat-2022) no ínicio de abril, a plataforma já foi apresentada aos poderes Legislativo e Judiciário nesta semana. O virtual vice na chapa de Lula, Geraldo Alckmin (PSB), participou do evento.
O objetivo das centrais é discutir com os presidenciáveis as pautas que são importantes e urgentes para a classe trabalhadora. O país vive uma destruição da legislação trabalhista e um ataque constante ao funcionalismo público. Os sindicalistas querem o compromisso dos candidatos com a defesa dos direitos dos trabalhadores e a revogação de leis como a Reforma Trabalhista.