Amanda Quintiliano
O maior escândalo do governo do presidente Michel Temer (PMDB) repercutiu na Câmara de Divinópolis. Alguns vereadores reservaram parte do pronunciamento para falar da operação que investiga o maior esquema de corrupção nunca visto antes neste país – a Lava Jato.
Apesar de não terem se esquivado totalmente do assunto, alguns foram mais enfáticos, outros mais brandos e, teve aqueles, que “acordaram” como se fosse mais um dia comum na política brasileira. Quem ousou tocar no tema, evitou “dar nomes aos bois”.
O vereador do PSD, Rodrigo Kaboja fez um discurso de “dias melhores”.
“Temos que ser perseverante e pensar que está nascendo um novo modo de governar, sem o modo operante que se estabeleceu na política”, afirmou em tom de esperança.
“Nosso país sairá desta situação. Essa limpeza é necessária”, concluiu.
Já o vereador do partido do presidente da república, Edson Sousa (PMDB), não poupou palavras e tratou os envolvidos nos últimos escândalo como “ladrões disfarçados de autoridade”. Ele ainda defendeu a eleição direta.
“A única coisa para atravessar esse deserto é eleição geral. A palavra crise significa crescimento, vamos conseguir atravessar esse deserto”.
O peemedebista ainda defendeu uma moção de repúdio assinada por todos os vereadores a ser enviado ao Congresso Nacional.
“Ninguém aguenta mais. Precisamos de vergonha na cara, porque somos filhotes desses “Temers” que estão aí”, finalizou.
Ousadia
O presidente da Câmara e também do PMDB, Adair Otaviano destacou – sem ser citar nomes – a ousadia de Temer e do senador Aécio Neves (PSDB) de manter a “negociata” em meio a investigação. Em tratou os investigados como “esses caras”.
“Mesmo os caras sendo investigados eles têm coragem de continuar roubando. Estão pouco se lixando com a justiça. O cara que roubou o país precisa ir para a cadeia, ir preso. Ah, mas estão usando tornozeleiras. Pra mim isso é a mesma coisa que uma pulseira de ouro”, disparou.
Também do PMDB e líder do partido na Câmara, Dr. Delano defendeu o afastamento de Temer e ainda usou o imbróglio envolvendo o gabinete dele para exemplificar a situação.
“Aqui na Câmara teve uma situação envolvendo meu gabinete, e em suposta possibilidade de haver qualquer tipo de crime, o mais importante é a pessoa se afastar e depois voltar de cabeça erguida mostrando que não teve nada. Seria mais bonito da parte dele [Temer], para dar um exemplo a nós peemedebistas, que ele se afastasse. Mas, pelo pouco que estamos vendo, ele não quer. Ele já perdeu tudo, inclusive a moral”, atacou.
O assessor de Delano foi preso suspeito de receptação. No mesmo dia, ele foi exonerado.
PSDB
O único vereador do PSDB e presidente municipal do partido, Renato Ferreira não usou a tribuna para falar sobre as denúncias envolvendo Aécio Neves. Ao PORTAL, ele disse que a sigla “preza pela transparência e combate a corrupção”.
“Todos que estão sendo denunciados devem ser investigados para que a verdade venha a público. Confiamos no trabalho da Polícia Federal e defendemos o direito de defesa dos acusados de acordo com o que preconiza a nossa constituição”, afirmou.
“Temos a oportunidade de pautarmos a política que queremos e o PSDB de acordo com sua ideologia partidária e de seus filiados preza pela transparência de seu mandatário”, concluiu sem detalhar a posição do partido em relação ao senador.
Ferreira disse apenas que cabe o direito de defesa e caso seja comprava alguma ilicitude o caso será repassado para Comissão de Ética do partido nacional.