Diego Henrique
Diagnosticado com microcefalia e paralisia cerebral, o pequeno Cauã de apenas 10 anos é a alegria da família. Ele mora em uma casa de três cômodos alugada no bairro Interlagos, em Divinópolis, com os pais dele e duas irmãs de 12 e 5 anos. Já não bastassem os problemas de saúde enfrentados por ele, a luta travada agora é pelo sustento. O garoto precisa de uma alimentação especial que a família não consegue comprar com o pouco que o pai, que trabalha como roçador, ganha. Na semana passada, a mãe de Cauã precisou vender o aparelho celular dela para conseguir comprar o leite que é importado.
A gestação, segundo a mãe do Cauã, Graziele Aparecida Bernardina, correu normalmente, sem nenhuma complicação.
“Cauã nasceu como qualquer outra criança, mas no decorrer dos meses começamos a perceber que ele não se desenvolvia com facilidade. Foi aí que descobrimos que ele tinha paralisia cerebral. Com quatro meses veio o diagnóstico de que ele tinha microcefalia”, contou Graziele.
O garoto começou então o tratamento com fisioterapia e hidroterapia. Aos seis anos ele começou a apresentar quadros de pneumonia constantes sendo necessário internar mais de sete vezes seguidas devido às complicações. Foi nessa época que os médicos descobriram que toda a comida ingerida era aspirada pelo pulmão.
“Foi aí que ele começou a usar uma sonda. Entramos para a fila do Sistema Único de Saúde (SUS) e esperamos por nove meses para que ele pudesse passar por uma cirurgia que teve complicações. Os médicos precisaram interromper a cirurgia porque ele estava tendo convulsões. Depois da cirurgia ele não acordou e ficou dez dias em coma”, relembra a mãe de Cauã.
Hoje, Cauã se alimenta de um leite especial que segundo a mãe do garoto é produzido na Holanda e em Singapura. Esse foi o único alimento em que o Cauã conseguiu se adaptar. Cada lata custa em média R$ 36 e dura apenas um dia.
“Entramos em uma batalha judicial para que possamos conseguir a alimentação dele. Se fossemos arcar com o custo, só com o leite, precisaríamos desembolsar mil reais por mês para mantê-lo”, disse.
Há mais de 40 dias o garoto está sem receber o leite que é entregue pelo governo estadual, com isso, os gastos só aumentam. Quando falta medicamentos que são oferecidos pelo SUS a mãe do garoto precisa desembolsar mais de R$ 300 para a compra deles, pois são de uso contínuo.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais informou que o leite foi disponibilizado para a família nesta terça-feira (23) com o quantitativo pleitado por ordem judicial (31 latas). A Secretaria ainda informou que atrasos como esse não são comuns e quando ocorrem estão relacionados ao processo de aquisição.
Despesas
Além das despesas com alimentação e medicamentos a família precisa manter o garoto confortável. Cauã é paraplégico e passa o dia em uma cadeira de rodas. A noite ele dorme em um berço porque a família ainda não teve condições de comprar uma cama hospitalar que foi recomendada pelos médicos para que ele possa dormir de forma confortável e evitar dores.
Quem quiser ajudar a família pode entrar em contato pelo telefone (37) 3511-1650/9 8842-8674.