Amanda Quintiliano
Após os estudantes da Escola Estadual Dona Antônia Valadares se reunirem e fecharem o cruzamento das ruas Goiás e Sete de Setembro, no início da noite desta terça-feira (11), o governo estadual resolveu se manifestar, nesta quarta-feira (12) e dar a resposta esperada desde janeiro pela direção das escolas estaduais. A partir desta quinta-feira (13) as aulas poderão começar às 18h e não mais às 19h, como antes e terminar antes das 23h20.
A notícia foi repassa as escolas hoje. Cada uma poderá optar pelo melhor horário, desde que o início seja entre 18h e 19h. No caso da Dona Antônia Valadares, as aulas serão de 18h10 às 22h30. A informação só veio após o protesto, mas a busca por solução começou bem antes.
“Manifestamo-nos verbalmente, enviamos ofício para a superintendência, porque temos uma hierarquia a seguir, e não tivemos nenhum retorno. Depois de esperar, eles nos falaram que o caso seria encaminhado para Belo Horizonte para ser analisado. E hoje, no meio da tarde, a gente foi informada que podíamos começar as aulas mais cedo”, disse a vice-diretora da Escola Dona Antônio Valadares, Célia Aparecia Queiroz.
Até a última segunda-feira (10) as aulas foram até às 22h30, pois a direção aguardava a resposta da superintendência. Apenas a partir de ontem elas seriam estendidas até às 23h20. Com a manifestação, os alunos saíram mais cedo. O receio era com a falta de segurança e também devido aos horários de ônibus, pois as linhas circulam até 23h.
Estado
Por meio de nota, o governo do estado afirmou que “cada escola poderá iniciar seus trabalhos entre 18h e 19 horas, de acordo com o arranjo que beneficie a maior parte dos estudantes. Os alunos que não se encaixarem no novo arranjo deverão procurar a direção da escola. Eles poderão solicitar transferência para outra unidade que tenha optado por um horário mais adequado às suas necessidades ou permanecerem na escola de origem. Os alunos que fizerem esta última opção não terão sua entrada barrada na instituição de ensino”.
A mudança no horário, ainda segundo a nota, foi “em função da nova configuração do ensino médio na rede estadual mineira, a partir da universalização do programa Reinventando o Ensino Médio, que amplia o currículo para esta etapa do ensino”. Com o Reinventando, a Secretaria de Estado de Educação ampliou esta carga horária de 833 para 1.000 horas anuais. As Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio estabelecem carga horária mínima de 800 horas anuais, sendo que 20% deste total pode ser cumprido em atividades não-presenciais.
Vitória
A União dos Estudantes de Divinópolis (UED) viu a alteração como uma vitória não só pelos alunos terem conseguido alterar o horário de início das aulas, mas por terem sido ouvidos.
“Essa redução é uma vitória em questão do horário. Mas, os estudantes também mostraram que é preciso discutir junto com eles as questões que os atingem. Essa nova geração é diferente. E, também levou a necessidade de se discutir mais os problemas de mobilidade urbana e de segurança pública”, disse o presidente da entidade, João Paulo Barros.