Diego Henrique
O período de estiagem já começa a deixar reflexos negativos no município. De acordo com o TempoClima da PUC Minas, em Divinópolis já não chove há cerca de 48 dias. Com a falta da chuva, o nível do rio Itapecerica tende a diminuir, o que pode favorecer a reprodução de aguapés.
(Foto: Divulgação/PMD)
Em 2014, foram retirados 3367 caminhões de aguapés do rio. Foi montada uma verdadeira força-tarefa com o empenho de homens e máquinas. O trabalho durou 72 dias
Segundo a coordenadora do curso de Ciências Biológicas da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), Graziela Fleury,os aguapés são plantas aquáticas que possuem grande tolerância e absorção de poluentes.
“Com a diminuição da chuva, a quantidade de água do rio também diminui, porém a quantidade de esgoto continua o mesmo. Em termos de proporção, tem mais esgoto do que água e os aguapés se aproveitam do esgoto que tem nutrientes que ajudam no crescimento da planta”, explicou a coordenadora.
A prefeitura informou que trabalhos de monitoramento estão sendo feitos em toda a extensão do rio que corta o município (Foto: Divulgação/PMD)
O nitrogênio e o fósforo, por exemplo, estão presentes no esgoto que é descartado no rio. Essas propriedades servem como adubo para a planta que tem capacidade de se reproduzir rapidamente.
“Com a falta de água e o excesso de esgoto a planta terá um ambiente ideal para se reproduzir. É necessário estar atento ao risco de proliferação desordenada, o que pode atrapalhar a vida aquática do rio”, alertou Graziela.
O excesso da planta no leito do rio pode impedir a penetração dos raios solares na água, dificultando o processo de fotossíntese que é quando a planta transforma o gás carbônico em oxigênio das algas que ficam submersas. A falta do oxigênio na água pode por em risco a fauna do rio.
Copasa
De acordo com a Copasa, empresa responsável pelo abastecimento de água em Divinópolis, apesar do período seco, a expectativa é de que o abastecimento se mantenha regular. Em nota a empresa disse que “o rio apresenta situação melhor do que os anos anteriores” e ressaltou que a aparição das plantas é um “fenômeno natural e cíclico, se repetindo em todo o período seco, em decorrência da diminuição da capacidade de arraste do rio e da concentração de nutrientes.”
A assessoria de comunicação da prefeitura informou que trabalhos de monitoramento e de limpeza são realizados regularmente em toda a extensão do rio que corta o município.
