Amanda Quintiliano

 

A manifestação foi na manhã desta segunda-feira (Foto: Amanda Quintiliano)

A manifestação foi na manhã desta segunda-feira (Foto: Amanda Quintiliano)

Os estudantes da Escola Estadual Antônio Belarmino, de Santo Antônio dos Campos (Ermida), abriram a semana com um protesto na porta da Superintendência de Ensino, em Divinópolis. Essa é a segunda manifestação desde a última sexta-feira (22), quando eles saíram pelas ruas do distrito se opondo às salas de aulas superlotadas. Sem respostas, eles fecharam o trecho da Rua Goiás, perto da Piauí, na manhã desta segunda-feira (24).

 

As turmas do primeiro e segundo ano do ensino médio foram fundidas. Antes eram três salas de primeiro ano e a partir de agora serão duas, o mesmo ocorreu com as três do segundo ano. Com isso, cada turma terá, em média, 45 alunos. Pela resolução da Secretaria de Estado de Educação o número mínimo de estudantes por turma é 40. Entretanto, eles alegam que o prédio da escola é antigo e as salas pequenas.

 

“O problema não foi resolvido. A Superintendência mantém a posição de colocar 46 alunos na sala de aula e nós não concordamos. Se for preciso amanhã a gente fecha a escola de novo para outra manifestação”, disse o secretário, Jorge José Pinto, acrescentando que já entregou o cargo e que está apoiando os estudantes como professor.

 

Estudantes

 

As alegações da direção são sustentadas pelos alunos que temem também queda na qualidade do ensino.

Os estudantes querem a permanência da direção (Foto: Amanda Quintiliano)

Os estudantes querem a permanência da direção (Foto: Amanda Quintiliano)

 

“Eles quiseram fazer a fusão das turmas e as do segundo ano irão ficar com 51 e 52 alunos e as salas têm 35 metros quadrados e dessa forma não dá. Fica pior que prisão”, disse a estudante, Gislaine Cristina Oliveira, do segundo ano.

 

“A diretoria tem muito tempo que está no cargo, as pessoas que estão lá nos conhecem e são muito responsáveis. A gente quer que elas fiquem”, afirmou a estudante Jéssica Fernanda, do segundo ano.

 

“Acho que estão fazendo isso para não pagar muitos professores. Mas, isso é ruim para nós. Como que o professor vai dar aula para 50 alunos? Isso vai nos atrapalhar no futuro”, teme a estudante Natália Fernandes, também do segundo ano.

 

Divisão

 

Uma comissão formada por estudantes e professores se reuniu com a superintendente, Vera Prado. Ela pediu que o grupo propusesse uma redivisão das salas de aulas e apresentasse ainda hoje.

 

“Devem ser colocados mais alunos nas salas maiores e menos nas salas menores de acordo com o ano de estudo. Eles vão fazer um reestudo e nos apresentar como sugestão. Se houver necessidade de locação de um espaço fora da escola vamos submeter isso a aprovação da Secretaria. A fusão é preciso que aconteça dentro das salas com espaços”, disse a superintendente.

 

Segundo ela, há sete salas de 46 metros quadrados, uma de 28 metros quadrados, outra de 29 metros quadrados e uma de 35 metros quadrados. A solução seria levar as novas turmas para as com 46 metros quadrados. Pela resolução do Estado, a média é de um metro quadrado por aluno.

 

A escola possui outras duas salas de 50 metros quadrados, mas ambas foram interditadas pelo engenheiro da superintendência por não terem condições de receberem alunos. Um pedido de verba para a reforma está na Secretaria de Educação e aguarda liberação. Serão gastos cerca de R$ 853 mil na obra. Ainda não há previsão de início.