Em quase três horas de oitiva os policiais reformados entraram várias vezes em contradições, segundo a PF
O ex-comandante geral, Marcus Aurélio Pinheiro e o subtenente reformado, Esperon Pereira dos Santos, ambos da Polícia Militar de Alagoas, foram presos, na Rodovia Fernão Dias, em Itatiaiuçu, na noite desta quarta-feira (17). Com eles foram encontrados cerca de R$ 1,5 milhão em dinheiro. O valor exato será contabilizado na tarde de hoje pela Polícia Federal.
A prisão foi registrada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Oliveira, que encaminhou o ex-comandante da PM e o subtenente reformado para a Delegacia da Polícia Federal, em Divinópolis. Depois de quase três horas de oitiva ambos foram liberados.
O dinheiro
Os suspeitos, segundo o delegado federal, Daniel Sousa, foram abordados durante uma fiscalização de rotina e demonstraram nervosismo. Ao serem questionados sobre o destino, chegaram a dizer que estavam indo da Bahia para Alagoas, em um trajeto totalmente diferente da rodovia.
Durante a fiscalização do veículo, o dinheiro foi encontrado dentro de uma mala, no porta-malas. O carro tinha placa de Belo Horizonte e pertence a uma locadora.
Na primeira versão, segundo o delegado, os ex-policiais disseram que o dinheiro seria usado para uma transação de um imóvel no estado de São Paulo. Entretanto, apesar de terem apresentado um suposto contrato, eles não entregaram à polícia documentos que comprovassem a licitude do montante, como extrato de movimentação financeira.
Eles também não souberam dizer quem seriam os donos do imóvel e quem estaria comprando. Não informaram nem mesmo quem teria os contratado para a transação.
Contradições
Ambos foram levados para a Delegacia da Polícia Federal, em Divinópolis, durante quase três horas de oitiva eles entraram várias vezes em contradições. Um deles chegou a dizer que não sabia o que era transportado, conforme conta o delegado:
A defesa
Já a defesa do ex-comandante da PM deu uma outra versão. Alegou que ele estava com um comerciante com pretensões de adquirir um imóvel de campo em Minas. Afirmou que foi contratado para acompanhar as negociações, que não aconteceram.
Inquérito
O dinheiro, que foi apreendido, será encaminhado para uma instituição bancária em Contagem. O caso será investigado pela Polícia Federal e os ex-policiais poderão ser indiciados por lavagem de dinheiro, crime este que possui pena prevista de 03 a 10 anos de prisão.
Ambos foram liberados após serem ouvidos. De acordo com o delegado, não é crime transportar dinheiro. Como não havia nenhuma prova da ilicitude, eles responderão ao processo em liberdade.
Foto: PRF