Amanda Quintiliano
Um ano após a retirada do projeto de lei que permitia os ônibus a circularem sem trocadores em Divinópolis, uma nova matéria, idêntica, foi aprovada nesta terça-feira (17), com apenas cinco dias em tramitação. Se o texto for sancionado pelo prefeito Vladimir Azevedo (PSDB) o consórcio de transporte coletivo TransOeste estará autorizado em manter nos veículos apenas os motoristas.
De acordo com o projeto aprovado, às prestadoras do serviço estão autorizadas a circularem sem trocadores no período noturno, nos finais de semana e em feriados. Compreendem em horário noturno de 20h às 4h. A medida também é válida para linhas de menor movimento. Entretanto, a redação não especifica o número mínimo de passageiros para ser classificado de “baixa demanda”.
A proposta recebeu 11 votos favoráveis. Apenas Edimilson Andrade (PT) votou contrário. Apesar de criticar em pronunciamento o projeto, o vereador Anderson Saleme (PR) não participou da votação. Também não estavam em plenário, no momento da apreciação, José Wilson Piriquito (Solidariedade), Adair Otaviano (PMDB), Hilton de Aguiar (PMDB) e Adilson Quadros (PSDB).
Se a lei for sancionada caberá ao motorista, por exemplo, receber o valor da “passaginha” e também auxiliar os portadores de deficiência física a utilizarem o elevador.
Justificativa
De acordo com a justificativa do projeto, a flexibilização permitirá adequar quadros de horários de trabalho concedendo mais folgas aos finais de semana para os trabalhadores. Caberá à Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (Settrans), conforme consta na justificativa, determinar quais serão as linhas, dias e horários, para operar sem o auxílio do profissional.
O Executivo ainda alega que toda e qualquer economia que ocorrer na operação do transporte coletivo através desta lei será refletida na planilha tarifaria do sistema, gerando ganhos ao usuário de transporte com valores “mais adequados e racionais”. Ainda segundo a justificativa, cidades como Belo Horizonte, Itaúna e Bom Despacho já aderiram a essa medida.
Sindicato
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário, Erivaldo Adami foi surpreendido com a notícia. Durante a tarde de hoje houve assembleia e o assunto não foi mencionado. Ele disse que o Sindicato teme que com a aprovação haja demissões. Ele limitou-se a falar por não ter conhecimento da votação e do teor completo da matéria.
Ele irá se reunir com a diretoria para ver o que será feito.