COVID-19: Aumento de indicadores pode ameaçar flexibilização da economia em Divinópolis; Análise será feita pelos próximos 15 dias

O avanço de Divinópolis para a onda verde do programa estadual “Minas Consciente” deixou a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) ainda mais em alerta. Pelos próximos 15 dias os técnicos irão avaliar o desempenho dos indicadores da cidade e, caso voltem a aumentar, o secretário da pasta, Amarildo de Sousa já antecipou que a cidade pode retroagir com o fechamento da economia.

Com a ida do município para a etapa mais avançado do plano todos os setores tiveram autorização para retornar, cada um com um protocolo específico para ser seguido. O comércio de rua, por exemplo, poderá funcionar até as 18h.

“Se os números começarem a disparar, a gente volta com as restrições, podendo até fechar novamente, dependendo do comportamento da transmissão e a taxa de ocupação”, afirmou o secretário.

Bares, restaurantes e lojas de conveniência poderão funcionar até meia noite, de segunda à quinta. Na sexta e sábado, até uma hora da manhã.

“Lembrando que após esse horário a fiscalização volta a rigor”, alertou Amarildo.

Fiscalização

Uma das principais mudanças foi a liberação de eventos para até 250 pessoas. Os donos de salões e demais empresários do setor terão que apresentar a documentação com o protocolo de segurança. A maioria dos que funcionam de forma legal entregaram o documento ao secretário em um mesmo dia. As autorizações estão sendo emitidas individualmente de acordo com a realidade estrutural de cada um.

Com a liberação, a expectativa é combater as festas clandestinas que além de não seguirem as normas de saúde, ainda permitem outras irregularidades como venda de bebida para menores. Por fim de semana, a fiscalização atende pelo menos três denúncias semelhantes.

Nestes eventos, os donos dos sítios foram multados e em algumas delas, foram abertos processos administrativos, que vão para o Ministério Público. Por ser uma questão de saúde pública, processo é respondido em três instâncias.

“Estamos liberando os salões que tem o alvará e condições de manter as medidas de segurança, então as festas clandestinas estão proibidas e vamos continuar fazendo a fiscalização. Vamos ganhar um reforço. Estamos preparando um decreto, onde a gente vai trazer o agente comunitário de saúde para reforçar a Vigilância Sanitária e vamos atrás de todas essas festas”, disse Amarildo.

A preocupação também envolve o consumo de bebidas alcoólicas, por menores de idade nas festas clandestinas, como também a procedência e a origem delas. A Semusa afirmou que as polícias civil e militar estão dando o apoio nestas fiscalizações.

“A gente quer essa volta dos segmentos econômicos mas de forma consciente, e a maneira disso acontecer, é quando esses salões trazem para a gente o protocolo como trouxeram, que está tudo validado. A Vigilância faz a visita nos locais, orienta a limpeza do banheiro de meia em meia hora, uso de gorro, luva, máscara, e tudo isso as festas clandestinas não oferecem, além da venda de bebida para menores. Enfim, uma série de crimes cometidos, porque não é permitido a realização de eventos de qualquer porte sem o alvará”, declarou o secretário.

Escolas

Em Divinópolis, 24 das 37 escolas privadas, que apresentaram protocolos para a Vigilância Sanitária, estão liberadas a voltarem para as aulas presenciais. Na cidade, segundo a Semusa, algumas instituições decidiram não voltar neste ano e por isso, não apresentaram documentações.

O secretário informou que as unidades da rede estadual estão com as aulas presenciais suspensas e as da rede municipal, ainda não se adequaram ao protocolo.

“As particulares também têm uma liminar, do Sindicato dos Professores, que proíbe a volta dos professores. Isso não é comunicado ao município, porque é direcionado à rede privada. Então, cada escola vai ser notificada individualmente no descumprimento, eu acredito. Por parte do Município, elas estão autorizadas. Depende da categoria”, informou.

Amarildo ainda informou que as escolas municipais que adequaram aos protocolos estarão aptas a voltar ao sistema presencial. Entretanto, ele crê que não haverá, por parte da Secretaria de Educação, um movimento de retorno, de uma maneira fragmentada.  Ainda não há uma definição. Cerca de 60% das instituições estão aptas a retornarem.