Sindicato emitiu nota de repúdio e cobrou que vereadores saiam da “zona de conforto”

O prefeito de Divinópolis, Galileu Machado (MPDB) deixou os servidores na mão e não depositou, nesta sexta (18), o restante do pagamento de dezembro. A justificativa, mais uma vez, são os atrasos de repasses feitos por parte do  Estado.

O Sindicato dos Trabalhadores Municipais (Sintram) reagiu. Ele emitiu nota de repúdio pela falta de pagamento. Há sete dias, a diretoria do sindicato se encontrou com Galileu. O prefeito havia garantido o pagamento de dezembro e do 13º salário até o final deste mês.

“Não resta dúvida que o governo do Estado tem sido irresponsável com as prefeituras […] Entretanto, também não há dúvidas de que as prefeituras que se prepararam para atravessar esse período de crise, com gestões enxutas e administrando com responsabilidade e honestidade ao dinheiro público, estão pagando seus servidores rigorosamente em dia”, manifestou.

Irresponsabilidades

Na nota, o sindicato menciona a Reforma Administrativa aprovada no ano passado pelos vereadores. Ela entrou em vigor este ano ampliando salários. Uma única servidora que recebia cerca de R$5 mil, passou a receber mais de R$12 mil, com gratificações. A notícia foi divulgada pelo PORTAL CENTRO-OESTE.

No final do ano passado o prefeito anunciou a exoneração de comissionados devido a crise financeira. No dia 31 de dezembro, todos foram exonerados para a reforma entrar em vigor. No dia 01 de janeiro houve as recolocações. Desconsiderando as dificuldades financeiras, 152 dos 220 cargos de confiança já foram ocupados.

“Ou seja, a reforma foi apenas um jogo de cena para beneficiar uma única servidora, não trazendo nenhum resultado prático, quer seja na economia de recursos para o município, quer seja na melhoria do atendimento ao cidadão”, afirmou em nota o Sintram.

Prejuízos

Na nota, o sindicato ainda destaca “que o salário tem natureza alimentar”.

“Condição que faz ser injustificável qualquer medida que cause algum dano ao servidor ou irregularidade no depósito dos vencimentos”.

“É pertinente apontar que outro princípio constitucional que predomina neste fato em tela é o da isonomia entre os servidores públicos, não existindo nesta condição a classificação que estabeleça algum tipo de prioridade para o pagamento dos salários”.

Zona de conforto

O Sintram também diz esperar que a Câmara Municipal saia de sua zona de conforto e tome atitudes em defesa dos servidores.

“Não ficando apenas nos discursos fisiologistas que não passam a porta do plenário. Que os nobres parlamentares legislem mais em favor das causas coletivas e menos em favor dos interesses pessoais e de grupos políticos”.

O sindicato ainda pede o enxugamento efetivo da máquina pública euma gestão transparente e eficiente.

“O funcionalismo está cansado dessa falta de perspectiva e compromisso. Somos nós, servidores, que estamos arcando mensalmente com juros e tantos transtornos devido a esses atrasos, vivenciando mês após mês uma total falta de respeito por parte da administração municipal”.