Amanda Quintiliano

O prefeito de Divinópolis, Galileu Machado (PMDB) lavou as mãos e quer transferir para o Estado toda e qualquer responsabilidade de custeios com as obras paralisadas do Hospital Público Regional. Na reunião desta terça-feira (31) da câmara, o presidente Adair Otaviano (PMDB) leu uma carta enviada pelo prefeito ao governador, Fernando Pimentel (PT).

Após entrevista do petista dizendo que não há previsão para retomada das obras, o prefeito engrossou o tom e antecipou a carta comunicando sobre o fim do contrato com a equipe de segurança. Ele se encerra no dia 29 de novembro e o município não arcará mais com a despesa de quase R$40 mil por mês.

Machado abriu a carta destacando o que chamou de “tempos difíceis” e inquietude de fazer o possível.

“É exatamente essa inquietude que me leva a colocar na face fria do papel um último prazo de auxilio diante daquilo não posso lutar sozinho. É preciso recorrer as forças amigas para que possamos lutar juntos e vencer”, afirmou e acrescentou:

“O município de Divinópolis chegou ao seu limite de força. Já não pode mais cumprir uma obrigação que apesar de não ser efetivamente sua foi assumida em tempos outros e hoje onera ainda mais o combalido cofre municipal”.

O prefeito disse que o hospital, cuja a construção ainda não se findou, constitui “presentemente um desafio a ser vencido para o bem de mais de 1 milhão de pessoas”.

“Mas não posso caminhar sozinho. Cheguei ao fim da trilha de uma mata fechada e sem recurso. Vejo que só o Estado pode e deve seguir adiante. A casa é grande governador e espera por acabamento e equipagem”.

São milhares de metros de áreas construídas que vem sido guarnecidas por vigilância armada 24 horas por dia, com custo de quase R$40 mil mensais.

“Parece pouco mas, esse pouco somado a tantos outros, pois Divinópolis na contingência financeira na qual se encontra, fiz muito e continuarei a fazer para que a penúria seja afastada. É por isso que neste instante, de peito aberto, venho participar vossa excelência da impossibilidade de darmos continuidade ao modelos praticado em relação a mencionada obra”.

União

O prefeito analisou junto ao Ministério da Saúde a viabilidade de transferência do prédio para o governo federal. Assim, a responsabilidade da obra passaria a ser dele e o custeio e gestão ficaria a cargo da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares o transformando em Hospital Universitário para atender a Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).

“Mas para tanto governador, sinalizaram o atendimento de uma exigência, a finalização da obra e por isso que conclamo, vamos à luta. Estou bem ciente que o Estado se vê em extrema dificuldade financeira. Mas sei também que vossa excelência, que ainda tem muito a contribuir com este Estado, pode estabelecer prioridade e unir força”, pediu.

Obras

Até o momento já foram liberados pela Secretaria de Estado de Saúde R$ 63 milhões para as obras do Hospital Regional.  A previsão de custo final é de R$ 98.917.720,37. O prefeito sinalizou que não desembolsará mais dinheiro municipal para manter a obra paralisada em outubro do ano passado.

Divinópolis é responsável apenas em gerir a obra. Todo o recurso é repassado para o Estado. A construção foi paralisada devido a suspensão da verba. Apesar de atender 54 cidades, toda a responsabilidade foi transferida a Divinópolis, por ser município polo.