Maternidade não tem previsão para voltar a funcionar (Foto: Amanda Quintiliano)
Maternidade não tem previsão para voltar a funcionar (Foto: Amanda Quintiliano)

Maternidade não tem previsão para voltar a funcionar (Foto: Amanda Quintiliano)

Uma gestante está em observação, deste a noite deste domingo (02), no ambulatório do Hospital São João de Deus, aguardando vaga para ser transferida para uma das unidades privadas. À reportagem do PORTAL, Lorrana Moraes Dinis, 18 anos, grávida de sete meses, confidenciou que outras quatro parturientes passaram por lá no domingo à noite.

Duas delas tiveram o parto feito pelas enfermeiras no ambulatório sem o acompanhamento de médicos. Outra paciente chegou a dar a luz na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA-24 horas) e depois foi levada para o São João de Deus.

“Cheguei aqui com muitas dores nas costas e também na barriga. Agora dei uma melhorada e até pedi para ir para Cajuru, onde passaria pela consulta. Mas, se eu sair daqui irei perder a minha vaga. Então estou esperando”, relata.

A reportagem do PORTAL esteve na manhã desta segunda-feira (03) no São João de Deus. Além de Lorrana, várias pacientes estavam no pronto-atendimento. Enquanto estávamos lá, uma terceira chegou em trabalho de parto e teria o filho também ali, no ambulatório, apenas com o apoio da equipe de enfermagem.

Procedimento

Os atendimentos estão funcionando da seguinte maneira: elas chegam, passam pela triagem e depois, sem médicos, recebem o atendimento de enfermeiras. Dependendo da gravidade, há a transferência. Desde sábado 16 foram transferidas. Uma para Belo Horizonte e as outras para a rede privada de Divinópolis.

Outra gestante, de seis semanas, estava aguardando atendimento. Ela já havia passado pela triagem, mas sem previsão de quando seria atendida pelas enfermeiras.

“Tem 20 minutos que estou aqui e ainda não há previsão. Se eu precisar ser transferida ainda terei que aguardar vaga”, contou Hudileia Aparecida Pereira, 25 anos.

Riscos

Em entrevista exclusiva à reportagem do PORTAL, o superintendente do hospital, Afrânio Emílio descartou que os partos feitos no ambulatório representem risco à mãe ou ao bebê. Disse que o hospital tem toda a retaguarda para dar segurança aos pacientes.

Afirmou ainda que a unidade está procurando o preenchimento da escala de médicos. Hoje há 14 profissionais e são necessários 20 para o funcionamento normal da maternidade. Afrânio ainda explicou que a desistência dos seis obstetras não tem relação financeira.

“Este é um problema a nível nacional. Há algum tempo estamos fazendo contato com profissionais, em Belo Horizonte, fora do Estado. Mas, há uma dificuldade de manter profissional. E não podemos manter escala com furo”, alegou, citando como exemplo o fechamento da maternidade de Cláudio por falta de profissionais.

O superintendente assegurou que os pagamentos estão em dia e que os atendimentos serão normalizados quando houver o preenchimento da equipe. Ainda não há previsão.