Amanda Quintiliano

 

Eduardo diz que o secretariado não respeita o parlamento (Foto: Christyam de LIma)

Eduardo diz que o secretariado não respeita o parlamento (Foto: Christyam de LIma)

Aos poucos a base do governo na Câmara Municipal está enfraquecendo. Se antes os vereadores estavam saindo à francesa, agora as ameaças ganharam conotações e a insatisfação já não é segredo. Nesta terça-feira (29) dois parlamentares declararam estarem prestes a romperem o vínculo, mesmo contrariando as orientações partidárias. As principais queixas partem de Delano Santiago (PRTB) e Eduardo Print Jr (Solidariedade).

 

Enquanto Delano não economiza críticas ao secretário de Saúde, Dárcio Abud, Eduardo reclama na demora das respostas de indicações do secretário de Obras, Dreyfus Rabelo, isso quando elas são respondidas. Essa não é a primeira vez que os descontentamentos são explicitados em plenário. As reclamações são as mesmas: requerimentos desconsiderados, dificuldades em serem atendidos, obras que não deixam os papéis, promessas descumpridas.

 

“Não estamos insatisfeitos com o governo atual, estamos insatisfeitos com o secretariado que o governo tem. A gente sabe das dificuldades financeiras, mas não justifica prejudicar ainda mais a população por incompetência”, afirmou Eduardo. “O secretariado não tem respeito ao parlamento. Aqui a gente faz indicação e requerimento e a resposta é sempre a mesma: está sendo analisado”.

 

“Secretario fala que vai te responder em 10 minutos e passam dois, três, quatro e nem te ligam”, completou.

 

Falta de comprometimento

 

Delano diz se sentir excluído. Como servidor de carreira, médico e vereador, afirmou ter se colocado à disposição do

Delano diz que o prefeito virou as costas para ele (Foto: Christyam de Lima)

Delano diz que o prefeito virou as costas para ele (Foto: Christyam de Lima)

secretário de Saúde, Simonides Quadros, mas nunca ter recebido uma ligação para colaborar com algum projeto.

 

“Não participo do governo, sou o único do PRTB e não participo. Sou enfermeiro, técnico em enfermagem, médico e não participo. Sou servidor de carreira e não participo”, enfatizou Delano e acrescentou: “Me declarei à disposição. Ele [secretário de saúde] nunca me deu um telefonema para visitar um posto de saúde, ele se cercou de pessoas que o auxiliam e que ele acha que estão sendo benéficas para Divinópolis”.

 

Delano também declarou não fazer parte do governo e ter sido obrigado a isso diante de ser excluídos das decisões. Ainda ressaltou que o prefeito Vladimir Azevedo (PSDB) o virou as costas.

 

“Estou me afastando da base não porque eu quero, mas porque eu não sou convidado a participar da mesa do Executivo […] Eu tinha uma van móvel coloquei ele [prefeito] na van para onde eu ia e ele ganhou e virou as costas”, desabafou.

 

Insatisfações

 

Enquanto os dois ameaçam deixar o governo os vereadores que migraram para o PROS – Careca da Água Mineral, Marquinho Clementino e Edmar Félix – já estão com as malas prontas para sair. Ainda não houve a confirmação, mas eles devem seguir a linha estadual e nacional de apoio ao PT.

 

O prefeito iniciou o mandato com apoio de 14 dos 17 vereadores. Logo na primeira semana o vereador Anderson Saleme (PR) rompeu o namoro reforçando a oposição – Adair Otaviano (PMDB), Hilton de Aguiar (PMDB) e Edimilson Andrade (PT). Caso o PROS se alie ao PT, o número cairá para 11. Com as ameaças o número poderá ser ainda menor até o fim do ano.