A reunião desta quinta-feira (14) foi no Ministério Público (Foto: Divulgação)

O prazo para estancar a crise do Hospital São João de Deus (HSJD) termina no dia 1º de fevereiro. Se até lá uma solução não for apontada, a Ordem Hospitaleira dará sequência ao pedido de extinção da Fundação Geraldo Corrêa. Nesta quinta-feira (14) representantes do município e estado se reuniram e pediram uma reunião de urgência com o Secretário de Estado de Saúde, Fausto Pereira.

“Não tem jeito de piorar”. Esta foi a frase repetida por todas as pessoas ouvidas pela reportagem do PORTAL e que participaram do encontro de hoje. Elas também classificaram a reunião como a “mais produtiva”. Segundo a superintendente da Regional de Saúde, Glaucia Sbampato o único caminho a partir de agora é “salvar o hospital sem discutir culpados ou mérito”.

O impasse será levado para o Estado. 

“O Estado vai resolver o que faz. O caminho agora é salvar o hospital. Não acredito que essa compra ocorra. A dívida do hospital é maior que todo o patrimônio dele e tem aparelhos e outras coisas compradas com o dinheiro público lá”, disse o presidente da Comissão de Saúde da Câmara, vereador Edimilson Andrade (PT).

A reunião com o secretário de Estado precisa ocorrer ainda na próxima semana já que no dia 27 um dos grupos interessados em comprar o hospital irá se reunir com o Ministério Público e com os irmãos da Ordem Hospitaleira. O Superior Provincial da Ordem Hospitaleira, Ir. Vítor Lameiras também deve participar.

A reunião desta quinta-feira (14) foi no Ministério Público (Foto: Divulgação)

A reunião desta quinta-feira (14) foi no Ministério Público (Foto: Divulgação)

Grupos

Nesta quarta-feira (13) o promotor, Sérgio Gildin confirmou que há dois grupos internacionais interessados, mas não antecipou nome. Especula-se que um dos potenciais compradores seja a americana Unitedhealth, mesmo mantedor da Amil – a maior empresa de medicina do grupo no país. Isso porque o grupo fechou a compra do Hospital Samaritano em São Paulo. Ele era mantido por uma entidade beneficente e tinha cunho filantrópico como o São João.

Pelo alvo ser um hospital filantrópico a negociação gera questionamentos por possuírem isenções tributárias. Por outro lado, são obrigados a destinar 60% da capacidade operacional para o Sistema Único de Saúde (SUS) ou 20% em serviços gratuitos. Ao tornar-se uma empresa com fins lucrativos o São João de Deus perderá o certificado de filantropia e os serviços prestados ao SUS poderão ser suspensos.

Outra empresa que também teria demonstrado interesse há algum tempo é o Hospital Madre Teresa de Belo Horizonte, conforme confidenciou uma fonte ao PORTAL.

Ilusão

A reunião com o Estado está sendo articulada para o dia 22 de janeiro (Foto: Divulgação)

A reunião com o Estado está sendo articulada para o dia 22 de janeiro (Foto: Divulgação)

O deputado federal, Domingos Sávio que também participou da reunião de hoje tratou a possível venda como “ilusão”. Pelos mesmos motivos apontados por Edimilson, o parlamentar afirmou que não compensaria para uma empresa assumir R$ 130 milhões em dívidas com um patrimônio que não chega a 50% deste valor.

Sávio defendeu a apresentação de duas propostas ao governo do Estado: manter os incentivos e apoio ao hospital, buscando a ampliação do teto do repasse da União para o Fundo Municipal de Saúde em R$ 1 milhão; ou estadualizar o São João de Deus.