Foto: Marcelo Lopes

Em reunião realizada pelo Conselho Deliberativo, foi definido que o Guarani Esporte Clube não irá disputar a edição desde ano da Segundona Mineira, esta a terceira divisão estadual. A decisão foi aprovada por unanimidade pelos integrantes.

Ao PORTAL GERAIS, o presidente do conselho e presidente interino do clube, Alessio Salomé, afirmou que a decisão foi tomada em decorrência a dois fatores: a falta de apoio financeiro e a ausência do registro de chapas para a disputa das eleições que irão eleger a nova diretoria do Guarani. 

Sem dinheiro, sem bola rolando

O arbitral para a definição da disputa da Segundona Mineira será realizado pela Federação Mineira de Futebol (FMF), na tarde desta quarta-feira (25). Devido à data, Alessio declarou que o conselho tentou diversas maneiras para obter recursos e confirmar a sua presença no campeonato.

“Tentamos junto ao empresariado em geral, ao poder público, constituímos comissões dentro do conselho para buscar recursos e criar essa situação. Até um grupo tentou constituir uma chapa para entrarem como candidatos, mas desde que conseguisse os recursos necessários para viabilizar a disputa e não conseguiram. Conseguiram algum patrocínio ou outro, mas nem a metade do que seria necessário para a disputa do torneio”, disse.

Antes do arbitral, a opção de participar ou não pode ser tomada de maneira mais tranquila, pois o clube que anunciasse desistência após a definição do sistema de disputa de um campeonato, conforme regulamento, recebe uma multa de R$ 200 mil da FMF, além de uma suspensão de dois anos das competições. A punição também envolve rebaixamento, mas como a Segundona é a última divisão estadual, não se encaixaria nesse caso.

Com isso, a decisão de não disputar foi acordada após a realização de duas reuniões nesta semana, na segunda (23) e terça-feira (24). A ideia que vem em conjunto é para o objetivo de restruturar o clube, sanar as contas e se preparar para 2023. Alessio disse que a Segundona é um campeonato oneroso, extenso e de longas viagens, não sendo mais barato que o Módulo 2 e disputar dificultaria ainda mais a atual situação do Bugre.

“Então, achamos por bem, pra não afundar o clube em dívidas maiores que estamos enfrentando, não disputar porque seria uma irresponsabilidade de nossa parte colocar em risco a questão financeira do clube”, declarou.

Eleições

Segundo Alessio, nos últimos dezoito meses, a equipe divinopolitana recebeu pedidos de renuncia de dois presidentes. O primeiro foi de Nivaldo Batista, ex-jogador do clube e mais conhecido como Araújo, que assumiu o Guarani em julho de 2020 e deixou o cargo em novembro do mesmo ano. 

Na sequência, assumiu Robson Camargos, vice de Araújo, que teria mandato até o fim de junho de 2022, mas renunciou em março deste ano.

Para o PORTAL, Alessio também afirmou que o processo eleitoral foi prorrogado por mais 30 dias e o Guarani seguirá com as demais atividades, como as categorias de base por exemplo, em andamento. O clube permanecerá sendo gerido pelo conselho administrativo para buscar a sua reformulação.

Rebaixamento

No profissional, o Guarani acabou sendo rebaixado no Módulo 2 de 2021, após uma longa disputa judicial com o Aymorés, de Ubá, que denunciou que a equipe de Divinópolis teria registrado um atleta a mais que o permitido no regulamento.

O Bugre recorreu das decisões, mas acabou sendo derrotado nos tribunais, sendo a última instância, o Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

Foto: Marcelo Lopes/Portal Gerais 

ATUALIZAÇÃO (25/05 – 19h30): O Guarani publicou uma declaração oficial em suas mídias oficiais, dando mais detalhes sobre a atual situação do clube. Veja logo abaixo.