Santa Casa não possui rede de gás medicinal hospitalar, respiradores e monitores em quantidade suficiente
A prefeitura de Carmo da Mata disse que a Santa Casa de Misericórdia não tem estrutura física para receber pacientes com COVID-19. A informação foi repassada ao PORTAL GERAIS nesta segunda-feira (29/3) após repercussão da transmissão ao vivo feito pelo vereador de Divinópolis, Diego Espino (PSL) na unidade na noite deste domingo (28/3).
Em nota o município disse que unidade é filantrópica e tem parte dos atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para urgência e emergência. Entretanto, a estrutura não comporta pacientes com o novo coronavírus.
“Não possui aparelhagem, tampouco conta com quadro de profissionais suficientes para fazer atendimento de internação”, explicou.
Ainda falta, respiradores e um médico horizontal – disponível para acompanhar pacientes intubados. A Santa Casa não possui ar comprimido e oxigênio em rede. As balas de oxigênio – que aparecem no vídeo, segundo o município, não suportam os respiradores.
“Diante da situação atual do hospital e da gravidade do que está acontecendo em nosso país, não há como manter um paciente com coronavírus apenas com o oxigênio de bala”, declarou em nota.
Ainda segundo o município, caso houvesse a possibilidade de internar pacientes com COVID, a prioridade seriam para os moradores locais.
“O que não é possível e pode ser observado quando Carmo da Mata possui pacientes internados em outras cidades, vitimadas pelo coronavírus”, informou.
Carmo da Mata foi alocado pelo governo do estado, no início da pandemia, na microrregião de Oliveira que, além dos dois municípios já citados, constam São Francisco de Paula, Santo Antônio do Amparo, Carmópolis de Minas e Passa Tempo.
Não cumpre requisitos técnicos
A Secretaria de Estado de Saúde (Ses) cita as mesmas alegações do municípios. Disse que a unidade não integra o plano de contingência de enfrentamento à Covid do estado por ela ter “perfil de atendimento de baixa complexidade hospitalar”.
Ainda segundo a Ses, o hospital não possui rede de gás medicinal hospitalar (que possibilita a chegada de oxigênio a pacientes, por exemplo), respiradores e monitores em quantidade suficiente. A unidade também não dispõe de equipes médicas para atendimento 24 horas.
“A disponibilidade de um leito hospitalar, seja clínico ou de terapia intensiva, especialmente para tratamento de pacientes com COVID-19, requer o cumprimento de normas técnicas e equipamentos específicos, que não são oferecidos pelo Hospital Olinto Ferreira”, informou a Ses.
Ainda segundo a secretaria, apenas na macrorregião Oeste, da qual faz parte Carmo da Mata foram abertos 153 leitos de UTI desde o início da pandemia, passando de 109 para 262 leitos.
O vereador participa na tarde de hoje (29/3) de uma reunião em Carmo da Mata com a provedora do hospital e representantes do município.