O edital para a última etapa da construção do Hospital Público Regional, em Divinópolis, foi assinado nesta terça-feira (28). Serão necessários mais R$ 35 milhões, entretanto há a autorização, por parte do Estado, de aproximadamente R$ 15 milhões. Sem o restante da verba, a tão esperada inauguração, agora prevista para 2018, fica ainda mais distante.
A obra milionária já está com cerca de 80% concluída. Salas para cirurgias e para implantação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) já estão praticamente prontas. Mas, mesmo assim, o hospital ainda está longe de ser entregue. A previsão é de o processo licitatório ocorrer e a ordem de serviço ser assinada em 60 dias. Isso, se não houver complicações na licitação.
Ainda assim, será necessário contar com a boa vontade do Estado. Na próxima sexta-feira (30), a obra completa seis anos, o dobro de prazo que gastou-se para concluir o hospital de Uberlândia – do mesmo porte. A justificativa está baseada nos atrasos para liberação de recursos. A construtora Marco XX chegou a ficar mais de quatro meses sem receber, o reflexo disso foi na operação tartaruga.
Sem a certeza da liberação dos R$ 20 milhões restantes necessários, o prefeito Vladimir Azevedo (PSDB) se arriscou. O edital da licitação ainda está sob a análise do governo estadual. Azevedo alega que o documento está há seis meses em revisão e que após análise dos técnicos da prefeitura resolveram lança-lo, já que não obtinham retorno do Estado.
“O Estado revisou praticamente tudo, mas ficou um detalhe ou outro. Cada hora pergunta uma coisinha e já vimos que não tem mais nada. Todas as nossas engenharias, controladoria revisaram e vimos que estamos rigorosamente na lei e não podemos esperar mais”, argumentou.
Críticas
Se o cronograma for seguido sem alterações, a previsão é de a construção ser concluída em dois anos. Com os R$ 15 milhões já autorizados por meio do convênio 116/2013, a construtora vencedora terá condições de tocar a obra por 10 meses.
“A construção de um país se dá por uma federação e os outros entes, que são os mais ricos, precisam alimentar os caixas e viabilizar que as políticas públicas acontecem”, enfatizou o prefeito e criticou: “Não vimos nenhum aceno de investimentos. Parece que um cidadão do Rio de Janeiro vale mais que um mineiro”.
Além dos recursos para construção, há outra batalha. Para equipar serão necessários R$ 45 milhões. Parte deste dinheiro, R$ 15 milhões, já está nos cofres do Estado. O restante, segundo o prefeito, deverá entrar como contrapartida do governo federal para utiliza-lo como hospital escola. A Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) deverá assumir a gestão.
Investimentos
Dois convênios, 230/2009 e 116/2013, foram firmados entre o Estado e o município, um de R$ 36 milhões e o outro R$ 42,9 milhões, respectivamente, segundo a Superintendência Regional de Saúde. Tais repasses já somam, até o momento, R$ 64 milhões, dentre os quais R$ 2 milhões repassados em fevereiro de 2016 e R$ 2 milhões em abril de 2016.