Eles reconhecem dificuldades financeiras para conclusão, mas falam em união política para torna-lo prioridade

Amanda Quintiliano

A Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg – regional Centro-Oeste) realizou, nesta sexta-feira (13), encontro com os deputados federais e estadual com base em Divinópolis e também com representantes da prefeitura. Na pauta, estava a conclusão do Hospital Público Regional.

A proposta é a formação de uma comissão para acompanhar o andamento das obras, custeio e gestão. Estiveram presentes o deputado federal, Domingos Sávio (PSDB), o estadual, Fabiano Tolentino (PPS) e o pré-candidato a deputado federal, Bruce Martins (Podemos), representando o pai dele, o deputado federal, Jaime Martins (PROS).

Quebrado

Apesar do encontro não ter sido direcionado, oficialmente, às eleições deste ano, o tom não poderia ser outro. Entretanto, este ano a disputa deverá carregar pautas diferentes. Em um choque de realidade, obras e investimentos não devem predominar, já que os eleitos irão se deparar com um Estado falido.

Os pré-candidatos ao governo de Minas, Márcio Lacerda (PSD) e Antonio Anastasia (PSDB) já foram categóricos em dizer que não há de se falar em investir, antes de colocar a casa em ordem. Eles arriscam a dizer que o eleito irá herdar uma dívida de R$20 bilhões a 30 bilhões, em um orçamento de R$300 bilhões.

Gestão

Este cenário já parece ser bem conhecido pelo pré-candidato a uma cadeira na Câmara Federal, Bruce Martins. Apesar de reconhecer a necessidade de concluir a unidade, ele afirma que o principal é definir o modelo de gestão.

“É necessário planejamento. Não tem que abrir um hospital se não há como fazer o custeio. O Estado está quebrado, o diálogo com a União está travado. Ela [União] não prestigia nosso Estado e região”, afirmou.

Martins defendeu a união, para que os deputados eleitos pela região se unam.

“Apesar de estar aqui, em Divinópolis, passa por discussão regional e trabalho político de bloco. Os representantes tem que ter organização política para discutir e mostrar o peso e importância política da região”, comentou, sugerindo o rateio da responsabilidade com todos os municípios beneficiados pela unidade.

Priorização

A falta de recursos federais e estaduais também é visto como um dos obstáculos pelo deputado estadual e pré-candidato a federal, Fabiano Tolentino. Ao PORTAL, ele disse que será necessário definir uma pauta de prioridades.

“É necessário priorizar. Estamos falando de uma obra com 80% de conclusão. Não pode é ficar repartindo dinheiro com muita coisa, é concentrar em algo maior […] Não pode ficar este hospital parado enquanto pessoas morrem na fila”, opinou.

Conclusão

O deputado federal e pré-candidato a reeleição, Domingos Sávio foi incisivo ao defender a conclusão como prioridade para o próximo governo. Lembrou que a região é a única do Estado sem um hospital totalmente público com capacidade resolutiva.

“O objeto de preocupação é colocar para funcionar, mas você não coloca para funcionar o que não está pronto”, enfatizou.

“O que é preciso é união política para viabilizar”.

O tucano reconhece que há outras prioridades para quem assumir o governo de Minas. O próprio pré-candidato pelo PSDB já afirmou que o primeiro passo será colocar as finanças em dia.

“Obviamente, ele [Anastasia] deixa claro que antes mesmo das obras é pagar os servidores, as prefeituras, colocar, pelo menos, em equilíbrio as financias”.

Alternativas

Uma das alternativas discutidas já foi mencionada aqui pelo PORTAL. Seria repassar para o Cis-URG – consórcio responsável pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) – a gestão. Desta forma o custeio seria rateado entre os 54 municípios e ainda teria o aporte do Estado e União.