O novo protocolo unem a atuação das polícias, Samu, MP, Semusa e hospital; Ele começa a valer a partir do dia 1º de junho
Marcelo Lopes
Foram apresentadas no auditório da Delegacia Regional de Polícia Civil em Divinópolis, nesta sexta-feira (18), as mudanças que compõem, a partir do dia 1º de Junho, o protocolo de atendimento às vítimas de violência sexual na cidade. Todo o novo processo é oriundo de uma parceria entre as polícias Militar (PM) e Civil (PC), Corpo de Bombeiros, SAMU, Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Hospital São João de Deus (HSJD) e o Executivo Municipal.
“Essa parceria irá trazer mais eficiência e tranquilidade no acolhimento destas vítimas. Os atendimentos aconteciam de forma desordenada e fragmentada e com a assinatura deste protocolo, o atendimento começa a ser sistematizado, do ponto de vista da segurança no atendimento de escuta qualificada após o ato violento, bem como também após o acompanhamento desta vítima com todas as indexações jurídicas e de saúde, que possam acontecer em decorrência deste fato”, explicou o secretário municipal de saúde, Amarildo Sousa.
Mudanças
Segundo o delegado regional de Polícia Civil, Leonardo Pio o que muda a partir do dia 01 é uma atuação em rede, de forma qualificada e humanizada, tendo como porta de entrada o Hospital São João de Deus, que irá utilizar uma equipe multidisciplinar além do corpo médico, com psicólogo e assistente social para o acolhimento das vítimas. Durante todo o ano de 2017, 50 casos de violência sexual foram confirmados na cidade. Em 2018, já são 13 registrados até o momento.
“Além do acolhimento, logicamente, aquele relato inicial para a equipe multidisciplinar, será materializado já em relatórios e neste relatório vai para o inquérito policial. Evita aquele processo de revitimização, ou seja, a vítima tendo que contar o mesmo fato várias vezes, esta situação que acaba abrindo ainda mais a ferida nas vítimas”, disse.
Leonardo explicou também que inicialmente, este processo só ocorrerá em Divinópolis, mas poderá ter uma expansão no futuro.
“Convidamos os prefeitos das unidades regionais, para que reflitam sobre a adesão a este protocolo”, declarou.
Hospital São João de Deus
De acordo com Elis Regina, superintendente geral do Hospital São João de Deus, a previsão de média de atendimento por semana, seria de entre dois ou três casos. Ela conta que os acolhimentos irão ser realizados em uma sala específica. Em ocasiões de violência sexual contra crianças, uma sala de pediatria também está preparada para atender as vítimas.
“É um ambiente que gravamos tudo que está sendo feito, pois este primeiro depoimento, normalmente, faz parte de provas contra o agressor e após este protocolo, já damos toda a medicação, que é feita em parceria com o município também”, explicou e completou:
“Damos o atendimento inicial, com a primeira consulta e fazemos toda a pesquisa de material, caso, efetivamente, tenha sido uma violência sexual com algum agravante em termos sexuais, pois às vezes, este tipo de violência não tem finalização no processo. Por fim, se for preciso internar, a gente interna. Terminando o processo, aí encaminhamos esta pessoa para outros atendimentos sequenciais”, explicou.
As vítimas, normalmente, são encaminhadas pela polícia, ou pelos Bombeiros, mas a superintendente do HSJD declarou também que caso a pessoa violentada se apresente na porta de entrada do hospital, a mesma também terá o atendimento preferencial, com todo o sigilo e tranquilidade. Elis ressalta que os profissionais responsáveis ainda estão participando de treinamentos e provavelmente, assim que o serviço se inicie, algumas questões terão de ser ajustadas.
“Estamos empenhados para que tudo funcione e que possamos acolher estas vítimas da melhor forma possível”, finalizou.