Ele e o advogado Jarbas Lacerda foram os primeiros a serem ouvidos pela comissão processante que pode levar ao impeachment de Galileu
Marcelo Marreco reafirmou, nesta quarta (31), que houve proposta para ele receber sem trabalhar na Prefeitura de Divinópolis. A declaração foi dada na oitiva da comissão processante que apura denúncias contra o prefeito, Galileu Machado (MDB).
Ele foi o segundo ouvido no dia e voltou a confirmar todas as denúncias feitas de suposta negociata de cargos. Disse ter recebido a proposta de coordenadoria e negou ter pedido cargo de direção na prefeitura.
“Durante 30 anos eu trabalhei na campanha com Galileu e várias pessoas do MDB. Ele como candidato a prefeitura, como deputado estadual, e aí vai. Sempre teve reuniões com ofertas, promessas, mas eu não trabalhei na prefeitura e nunca quis”, afirmou.
Marreco ainda afirmou que não tinha preparo para cargos de direção ou qualquer outro superior.
“Se eu tivesse as condições cabíveis para cargo de secretário eu aceitaria pois tenho vontade de vencer para a cidade, ver a cidade crescer”, enfatizou dizendo ter recebido apenas uma proposta:
“Houve a proposta de ir para a prefeitura receber sem trabalhar. Essa foi a proposta que tive, que eu entendi foi essa”.
Questionado se ele sabia de outras pessoas que recebem sem trabalhar na administração municipal ele disparou que os servidores da Emop “bebem cachaça durante o expediente”.
Pressionado a dar nomes pelo presidente da Comissão, Eduardo Print Jr. (SD) e também pelo advogado de defesa do prefeito, Daniel Cortez, precisou recuar já que “mentir o calar a verdade” é crime.
“Não tenho conhecimento”, voltou atrás.
Silencia-lo
Marreco voltou a falar no envolvimento do editor do Divinews, Geraldo Passos. Disse que ao convida-lo para ir a Itapecerica, ele queria silencia-lo e evitar que usasse a Tribuna Livre para denunciar o governo.
“O motivo era me silenciar aqui na Tribuna Livre. Eu disse que talvez aceitaria ir para ouvir mais ela falar sobre isso”.
Jarbas
O advogado Jarbas Lacerda foi questionado sobre o uso da Tribuna Livre por parte do procurador Wendel Santos para defender o prefeito semanas antes da votação de admissibilidade de uma das Denúncias de Infração Político-administrativa.
Assim como já declarado ao PORTAL, ele voltou a afirmar a ilegalidade. O advogado de defesa tentou rebatê-lo dizendo que há uma norma que autoriza o assessoramento do procurador ao prefeito. Jarbas afirmou desconhecer.
O procurador foi denunciado por improbidade administrativa pelo Ministério Público.
A denúncia
Composta por 144 páginas, a denúncia protocolado pelo vereador Sargento Elton (Patriota) envolve três pontos: negociata de cargos no Executivo, com base nas denunciadas feitas em 2018 por Marcelo Marreco; renúncia de receita, em vista ao decreto 13.059 que regulamenta o estacionamento rotativo; e prevaricação supostamente cometida pelo prefeito ao encaminhar ao Legislativo o procurador do município para defendê-lo na Tribuna Livre durante o horário de expediente.
Ainda hoje serão ouvidas sete testemunhas arroladas pela defesa e acusação.