Shaenny Bueno
O plebiscito sobre o Hospital São João de Deus (HSJD) questionando se a população concorda com o atendimento apenas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) tem sido o assunto muito frequente nas ruas de Divinópolis. Afinal, isso será bom ou ruim para a população?
A presidente do SINDEESS, Denísia Aparecida da Silva, defende a proposta como forma definitiva de solucionar o impasse do hospital que atende 55 municípios do Centro-Oeste.
“Do jeito que ele está hoje, não há mais nada que fazer a não ser que ele seja fiscalizado pelo governo federal. Assim acaba com a bandalheira que existe lá dentro”, diz.
Denísia diz que, embora se tenha dito na cidade que a melhor solução para o hospital é que ele feche, o Fórum da Saúde enxerga no HSJD 100% SUS uma forma para que o hospital não deixe de funcionar.
“Existem Hospitais em Belo Horizonte que estavam em crises talvez piores que as do HSJD, como Santa Casa de Misericórdia, Hospital São Francisco, Hospital Sofia Feldman e que hoje funcionam muito bem”, explica.
Pontos negativos
O Técnico de Gestão em Saúde, Gilmar Santos, acha que o impacto que essa mudança causará em Divinópolis não é positivo.
“Haverá muitas demissões, pois quando uma instituição se torna pública, ela deve cumprir a lei, que diz que todos os funcionários devem ser concursados, o que causa impacto tanto para os funcionários como no atendimento”, diz.
Outro ponto tratado por ele são os planos de saúde, que tem o atendimento feito também no Hospital São João de Deus. Segundo ele, esses pacientes ficariam desassistidos.
“O SUS não é totalmente estatal. Ele dá liberdade para os setores primários também trabalharem. Ele tem que funcionar. Quando aqui em Divinópolis os convênios não funcionam, a UPA fica sufocada. Se o hospital se tornar 100% SUS, o que você vai fazer com 145 mil pessoas em Divinópolis que tem plano de saúde?” questiona Gilmar.
Segundo ele, para que o HSJD consiga se estruturar é necessário que os hospitais e as prefeituras da região passem a dar uma atenção maior à atenção primária e a média complexidade, problema que, segundo ele, gerou grande parte da crise do hospital.
“Divinópolis tem obrigação de atender os 13 municípios da microrregião nos casos de média complexidade, mas acaba tendo que atender todos os municípios da macrorregião, que tem hospitais e clínicas que poderiam atender essa demanda. Se fizesse mais atenção na atenção primária, cerca de 30% dos pacientes que vem para o hospital não precisariam ser internados aqui”, conclui.
E você, o que acha sobre isso? Você concorda com um hospital 100% SUS ou acredita que esta medida pode afogar ainda mais o São João de Deus em crise?
A população ainda pode participar desta consulta popular. Duas urnas estão em postos estratégicos na região central. Uma fica no quarteirão fechado da Rua São Paulo, com Avenida Primeiro de Junho e a outra na Rua Goiás, na porta do Sintemmd.