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Ataque foi feito em entrevista à TV Record; Gleidson Azevedo enfrenta uma das piores crises da saúde

Em meio a uma crise com a Câmara Municipal e perto de deixar a cidade desassistida com uma possível redução drástica no quadro de Agente Comunitários de Saúde (ACS), o prefeito de Divinópolis Gleidson Azevedo (Novo) criticou sindicalistas.

Ele não apresentou uma solução para os muitos problemas que o sistema de saúde enfrenta pela má gestão e falta de planejamento, preferindo atacar o Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram).

Em entrevista concedida à RecordTV/Minas no último dia 20, Gleidson Azevedo – irmão do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) – culpou as gestões anteriores pela situação no sistema de saúde. Ele jogou para a Câmara a responsabilidade de solucionar a questão que envolve os contratos temporários de 111 agentes de saúde.

Contudo, os profissionais ficam sem vínculo de trabalho a partir da semana que vem. Com isso, pode acarretar em uma grande desassistência para dezenas de famílias.

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O prefeito também aproveitou a entrevista para bombardear o Sintram. No entanto, o sindicato tem adotado uma postura de permanente cobrança para que a legislação seja cumprida, especialmente no caso dos Agentes de Saúde.

Desde a implantação do piso nacional os profissionais vêm sofrendo prejuízos financeiros no cálculo de benefícios. Ao se referir ao Sintram, Gleidson Azevedo afirmou que “sindicalista não serve pra nada, só serve para encher o saco”.

Repúdio

O presidente do Sintram, Marco Aurélio Gomes, lamentou, mais uma vez que o prefeito direcione sua metralhadora giratória contra o sindicato.

“Lamentamos que nesse momento em que o nosso sistema de saúde está perto de grave crise, que o prefeito mais uma vez tenha o Sintram como alvo. O prefeito deveria saber que o Sintram representa o servidor e tem um compromisso social com a cidade. Quando defendemos os interesses dos servidores, estamos também defendendo o direito de todos os cidadãos de acesso ao melhor serviço público”, afirmou.

Ele ainda completou:

“Administrar a cidade é obrigação do prefeito e se Gleidson e sua equipe não tem competência para isso, não é obrigação do Sintram apontar soluções. Embora o prefeito não saiba o que é dialogar, mesmo não sendo nossa obrigação, o Sintram sempre esteve disposto a contribuir, desde que o servidor não seja prejudicado”, afirmou o presidente do Sindicato.

Além disso, Marco Aurélio Gomes lembrou que a situação dos agentes de saúde foi uma crise anunciada.

“Todos sabiam que era necessário buscar uma solução urgente para a situação dos agentes de saúde. Sem a possibilidade de renovar os contratos, por força de regras constitucionais, o prefeito teve tempo mais do que suficiente para um processo seletivo público antes que a situação chegasse ao ponto que chegou”, argumentou.

“Não quis”

Da mesma forma, disse que o prefeito não tomou iniciativa porque não quis.

“Desde o ano passado que já se sabia da necessidade de regularizar a situação dos agentes por meio de concurso ou processo seletivo público, como o Sindicato vem reivindicando há anos. O prefeito nada fez. Atacar o sindicato é sua arma para tentar esconder a própria incompetência”, declarou o presidente do Sintram.

Projeto 55

Na Câmara, o Projeto de Lei 55/2023, por meio do qual o prefeito pede autorização ao Legislativo para renovar os contratos, continua parado.

A Comissão de Administração da Câmara já notificou o prefeito de que o projeto é ilegal e não pode ser levado a plenário. O prefeito contestou e aguardará que ele seja colocado em votação.

Na semana passada, a Prefeitura comunicou ao Portal do Sintram que “vai aguardar a votação na Câmara”. Por outro lado, não respondeu sobre um possível plano emergencial, caso o projeto de renovação dos contratos não seja aprovado.

O presidente do Sintram destacou que o prefeito está jogando toda a responsabilidade para a Câmara, mas, na realidade, ele é o responsável por essa situação que pode deixar muitos divinopolitanos sem assistência. O fato de a Prefeitura não ter respondido sobre um plano emergencial demonstra um descaso significativo, de acordo com o presidente do Sintram.

Pareceres

Conduto, os pareceres definitivos sobre o projeto ainda não foram emitidos. Entretanto, mesmo se a proposta for a plenário, o prefeito terá que melhorar muito sua relação com a Câmara.

Gleidson Azevedo perdeu a maioria no Legislativo. Prova disso é a denúncia protocolada na semana passada na Procuradoria Geral do Estado, em Belo Horizonte, assinada por nove vereadores. A notícia de fato pede a apuração de possível recebimento de dinheiro de empresários pelo prefeito Gleidson Azevedo (Novo) e pelo chefe de gabinete Talles Duque.

Assinaram a denúncia, além de Flávio Marra (Patriota), que encabeçou o movimento, os vereadores:

  • Eduardo Print Jr (PSDB),
  • Ademir Silva (MDB),
  • Hilton de Aguiar (MDB),
  • Edsom Sousa (CDN),
  • Israel da Farmácia (PDT),
  • Ney Burguer (PSB) ,
  • Rodyson do Zé Milton (PV) e
  • Roger Viegas (Republicanos).

Um vídeo em que o prefeito Gleidson Azevedo admite que pede dinheiro a empresários para calçamento de ruas e obras públicas baseou a denúncia.

Foram nove assinaturas, ou seja, a maioria dos vereadores. Assim, para conseguir aprovar um projeto ilegal, como já foi declarado pela Comissão de Administração da Câmara, o prefeito terá que convencer alguns vereadores, que não andam mais rezando em sua cartilha.