Quarta-feira (17), pouco mais de sete da noite, o nome do empresário Joesley Batista, dono da maior processadora de carnes do mundo, a JBS, ganha as redes sociais e se torna um dos assuntos mais comentados da internet. O engajamento ao redor do nome tem justificativa: o executivo foi o responsável por gravar uma conversa com o presidente da república, Michel Temer (PMDB), em que relatava, entre outros crimes, como mantinha em silêncio o ex-deputado preso Eduardo Cunha (PMDB). Em meio a outra grande crise política que se instalou no país, alguns anônimos também tem tido grande dor de cabeça. Sobretudo os xarás destas figuras. Em Divinópolis, Minas Gerais, o microempresário Joesley Oliveira, de 32, é um destes homônimos e não aguenta mais dizer que não é o dono de nenhum frigorífico.
” Logo que a notícia saiu no site do O GLOBO, minha mulher já me mandou uma mensagem de whatsapp falando sobre o nome do cara que era igual ao meu. E depois, o Willian Bonner começou a falar o nome do empresário o tempo todo no Jornal Nacional e aí as piadas não pararam mais. Todo mundo passou a me pedir dinheiro emprestado. E dizer que eu era o dono da Friboi. Já repeti milhões de vezes que não sou dono de frigorifico”, conta Joesley Oliveira.
Na sexta-feira, cerca de 48 horas depois da divulgação da delação premiada do executivo da JBS, o Joesley anônimo recorreu a sua página privada Facebook para reclamar da exposição do nome: “É nunca vi falar tanto assim o meu nome” [sic]. Mas o comentário gerou ainda mais piadas.
“Eu te avisei pra não mexer com esses políticos, mas você não me ouviu, agora aguenta! Falar nisso, tô precisando de 100 mil pra comprar uns vereadores aqui, ajeita ai pra mim”, disse um seguidor; “me empresta 2 milhões?”, pediu outra amiga.
Dono de uma loja de instalação de aparelhos de som automotivos, Joesley Oliveira conta que já trabalhou em diferentes áreas, mas mesmo com a grande quantidade de frigoríficos na região onde mora, nunca mexeu com carnes.
“Já trabalhei como pedreiro, servente e, hoje, sou técnico em eletrônica. Tudo coisa honesta. Diferente desses políticos corruptos que assaltaram a nossa nação. Meu desejo é ver todos os culpados presos. Tento levar na brincadeira, mas não tenho o menor orgulho de ter o mesmo nome deste empresário”, desabafa o xará do megaempresário das carnes.