Corpos foram encontrados em Cajuru, mas crime aconteceu em Itaúna; Delegado conta detalhes deste crime brutal
A Polícia Civil efetuou, nesta terça-feira (18), a prisão de cinco suspeitos do crime de duplo feminicídio, matando duas jovens, de 19 e 17 anos. Entre os presos, estão quatro mulheres, duas de 27, uma de 24 e outra, de 21 anos e um homem, de 23 anos.
O crime
Em 29 de agosto, os corpos das jovens foram encontrados, carbonizados, na Serra do Galinheiro, zona rural de Carmo do Cajuru. Os cadáveres foram localizados por pessoas que circulavam pelo local. Na data da localização dos corpos, as vítimas foram identificadas pelos próprios parentes. De acordo com o delegado de Polícia Civil da cidade, Weslley Amaral de Castro, o crime teria sido cometido em Itaúna. Segundo as investigações, as vítimas foram torturadas e apunhaladas antes de serem queimadas.
“As investigações iniciaram logo após o crime ocorrer. Na oportunidade em que ao ser feita a necropsia, foi constatado que uma das vítimas foi atingida por um punhal 23 vezes, enquanto já a outra foi apunhalada por 19 vezes. Posteriormente, levaram os corpos até a cidade de Carmo do Cajuru, onde ali foram queimados. Um detalhe importante da extrema crueldade, é que o epicentro das chamas estavam na região genital e no rosto das vítimas, demonstrando um imenso ódio em detrimento delas”, explicou.
Histórico
Segundo Weslley, foi apurado que um dos investigados teve um relacionamento amoroso com uma das vítimas e ficou indignado ao saber que a mesma estava se prostituindo. Com isso, o suspeito passou a ameaçá-la de morte, por diversas vezes, inclusive uma semana antes do crime.
A situação se agravou três dias antes do homicídio, data esta em que houve um desentendimento entre os envolvidos.
“Em uma festa, as vítimas se envolveram em uma briga com a namorada do primo do investigado, que estava grávida. Nessa luta corporal, uma das assassinadas veio a machucá-la com uma garrafada na cabeça, oportunidade em que a família do suspeito, disse que não deixaria em vão aquelas agressões.e que haveria uma retaliação por parte deles”, relatou.
Após o ocorrido, ocorreu um fato determinante para a consumação do crime. Na data do homicídio, foi descoberto que um traficante da região de Morada Nova, em Itaúna, teria um caso amoroso com uma das vítimas. Com isso, a esposa dele entrou em contato com a amante para tirar satisfações. Em uma emboscada, as jovens foram torturadas e mortas. Um homem, que levou os corpos até Carmo do Cajuru, também foi preso.
“Nesse momento, as duas vítimas se eximiram de ter tido qualquer caso e colocaram a culpa em uma outra investigada, o que foi desmentido pela mesma. Uma mulher próxima da esposa do traficante ligou para as garotas e as chamaram para a casa dela, onde iriam beber e usar drogas, como elas eram amigas. Quando chegaram na casa, de imediato ali estavam presentes um adolescente, as investigadas e uma testemunha, que não podemos falar o nome. Eles amarraram e amordaçaram as vítimas e passaram a torturá-las. De acordo com informações que obtivemos, essa tortura durou mais de uma hora, por onde além de bancadas, objetos eram introduzidos nas genitálias das vítimas e depois de um determinado período, resolveram matá-las com as punhaladas. Após isso, o investigado, juntamente com outro, que ainda não foi preso, colocou as vítimas dentro do carro dele e transportou para Carmo do Cajuru, onde foram queimadas”, descreveu Weslley.
Prisão e continuidade
De acordo com o delegado, os que foram ouvidos até o momento negam o envolvimento com o crime e jogam a culpa em um adolescente, devido às falhas na legislação sobre menores de idade. As investigações continuam.
“Eles estão presos em uma prisão temporária de 30 dias, expedida pela Segunda Vara Criminal de Itaúna e estão sendo investigados pelo crime de homicídio qualificado pelo feminicídio, por motivo torpe, além de tortura e do crime de ocultação de cadáver”, finalizou.