Lei que garante reajuste foi chamada de malfadada pelo vereador; Sintram reage e diz que indicações políticas é que quebram a prefeitura
O presidente da Câmara de Divinópolis, Rodrigo Kaboja (PSD) sugeriu, nesta segunda-feira (27), no final da reunião que votou a redução salarial dos vereadores, o fim do gatilho salarial. A lei garante a revisão anual e automática dos salários dos servidores municipais. Ela também beneficia os próprios parlamentares, o prefeito, vice e secretários.
“Estou fazendo um requerimento. Quero ver qual vereador que tem coragem de assinar uma proposta, para o senhor prefeito, para acabar com o gatilho, com aquela malfadada lei apresentada no dia 28 de dezembro pelo ex-prefeito Demetrius, que não se pagou nenhum mês, quebrou a prefeitura”, afirmou Kaboja e completou: “Jogar para a galera é muito fácil, mexer só com os comissionados, vamos por a cara, vamos ajudar Divinópolis”.
Em pronunciamento, Kaboja desafiou os edis a assinarem o documento pedindo que o prefeito Galileu Machado (MDB) encaminhe o projeto acabando com o benefício. A declaração provou reação imediata no Sindicato dos Trabalhadores Municipais (Sintram).
“Revisão salarial é reposição da perda inflacionária do ano anterior. O que quebra a prefeitura não são os servidores de carreira, são as indicações políticas para ocupar cargo comissionado”, afirmou o vice-presidente da entidade, Wellington Silva.
Em tom de ameaça, Silva disse que os servidores darão resposta à Kaboja nas urnas.
“Com certeza será dado a resposta nas urnas ao vereador Kaboja. Você, vereador, ganhou 5 mil cabos eleitorais para fazer campanha contra vossa senhoria. Espero que os demais vereadores da Câmara possam defender e se posicionar contrários, repudiar essa manifestação , essa fala do vereador”, destacou.
Pedido de desculpas
A presidente do Sintram Luciana Santos disse que espera que vereador retroceda na fala e peça desculpas a categoria. “Esperamos que na próxima reunião o presidente da Câmara retire sua fala e peça desculpas à categoria, porque o servidor de carreira é que carrega a prefeitura nas costas e é muito desvalorizado e atacado”, argumentou.
O gatilho está previsto na lei 8083/2015 e é aplicado conforme o IPCA da Fundação IPEAD. Este ano, a categoria teve direito a 5,23% de reajuste em março.