Articulação é para tentar protelar a polêmica CPI da Educação; Relatório está previsto para ser apresentado dia 24
Vereadores da base do governo articularam a suspensão temporária das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI’s) em vigência na Câmara de Divinópolis. A alegação é de aguardar o período eleitoral para evitar questionamentos “jurídicos e políticos” e “contaminação política”. A primeira suspensão foi confirmada nesta quinta-feira (18/8).
Uma das CPI’s, a da Educação, reflete diretamente no prefeito Gleidson Azevedo (PSC) já que investiga os gastos com a pasta em dezembro do ano passado. O relatório final está previsto para ser apresentado no próximo dia 24. A estratégia foi, exatamente, para barra-la.
Uma das mais polêmicas da história de Divinópolis, ainda não se sabe ao certo quais foram as conclusões da comissão. Entretanto, dependendo, pode respingar no prefeito, caso entenda-se que houve superfaturamento ou ingerência, por exemplo.
Consequentemente, pode refletir, indiretamente nos dois irmãos, ambos candidatos nestas eleições. O deputado estadual Cleitinho Azevedo tenta a vaga ao Senado e o vereador Eduardo Azevedo à deputado estadual. Ambos são do PSC.
A suspensão temporária das CPI’S foi articulada por meio de colégio de líderes. Os ofícios foram encaminhados às comissões e caberá a cada uma acatar ou não. Assinaram: Rodrigo Kaboja (PSD), Ana Paula do Quintino (PSC), Israel da Farmácia (PDT), Flávio Marra (Patriota), Rodyson do Zé Milton (PV), Ney Burguer (PSB), Eduardo Azevedo (PSC) e o presidente da câmara Eduardo Print Jr. (PSDB).
Roger Viegas (Republicanos) assinou o colégio e depois pediu a retirada.
Suspensões
A primeira suspensa foi a da CPI que apura repasses de emendas impositivas de autoria do deputado federal Léo Motta (PSL) ao Complexo de Saúde São João de Deus (CSSJD).
Mesmo com orientação da procuradora Karoliny de Cássia Faria pela não suspensão, já que o prazo para conclusão do relatório final já encerrou, dois vereadores votaram para suspender: Israel da Farmácia e Eduardo Azevedo. Lohanna França votou contra. Nas redes sociais ela lamentou:
“O governo da família Cleitonverso articulou junto à alguns vereadores a suspensão das CPI’s durante o período eleitoral. A 1ª acabou de ser suspensa. Não entendi. Não são eles que não tem medo de nada e são a favor de investigar tudo?”
O presidente da CPI da Educação, Josafá Anderson (Cidadania) marcou reunião para segunda-feira (22/8). Ele colocará o pedido em votação. Hoje, ao falar sobre o assunto na reunião da câmara afirmou que está fazendo tudo com “responsabilidade” e que “não faz palanque eleitoral e nem maneira de prejudicar pessoas”.
A CPI tem como membros, Ademir Silva (MDB), Ana Paula do Quintino (PSC), Rodrigo Kaboja (PSD), Lohanna França (PV), além de Josafá.
A outra CPI apura gastos com segurança privada nas obras do Hospital Regional. Ainda não foi realizada nenhuma reunião entre os membros e nem publicado nenhum documento acatando o pedido do colégio de líderes.