Lohanna França mostra boletim de ocorrência na delegacia (Foto: Divulgação)

Vereadora afirma ser vítima de perseguição coordenada por críticos a medidas restritivas da Onda Roxa

A vereadora Lohanna França (Cidadania) registrou nesta segunda-feira (19), na Delegacia de Proteção à Família de Divinópolis, uma queixa-crime por ameaças e ataques coordenados que tem sofrido nas mídias sociais. De acordo com ela, as agressões têm sido praticadas por pessoas críticas às medidas restritiva para tentar conter a pandemia de covid-19.

Lohanna afirma estar sendo atacada e ameaçada por covardes que não se conformam com as restrições de circulação de pessoas e funcionamento de comércios impostas pela Onda Roxa, fase mais rígida do plano “Minas Consciente”, do Governo de Minas, para orientar estratégias de combate ao avanço da pandemia. 

“No dia 23 de março, quando defendi o fechamento da cidade, Divinópolis estava em uma crescente de casos de Covid. Dois dias depois, chegamos a quase 100% de ocupação hospitalar. Na UPA, 300%. Sempre defendi vidas em primeiro lugar. Entendo que foi acertado e faria tudo novamente”.

Divinópolis só está completamente em Onda Roxa porque o Estado pediu à Justiça que obrigasse o Município a seguir à risca cada uma das medidas impostas, em vez de apenas partes, com base em um decreto municipal que estabeleceu flexibilizações. O Estado ganhou e a Prefeitura foi obrigada a abrir mão das folgas e cumprir a Onda Roxa. 

“Romeu Zema [(Novo)] exigiu legalmente, através da Advocacia Geral do Estado, que o prefeito siga as determinações do ‘Minas Consciente’. Em outras palavras: mandou fechar a cidade. Assim como está acontecendo em Belo Horizonte, Brasil e Europa. É uma crise global”. 

Derrotados revoltados

A partir disso, aponta a vereadora, candidatos derrotados por ela nas eleições de 2020 recortaram um trecho de uma fala dela, proferida no dia 23 de março, e compartilharam como se fosse hoje, dizendo às pessoas que mandei fechar a cidade.

“Os mentirosos sabem muito bem que, como vereadora, não cabe a mim a decisão de fechar a cidade. Eu sempre defendi a saúde, ao lado da economia, assim como o comércio e os trabalhadores. E justamente por isso, sei que a economia não fica de pé com recordes diários de mortes como os que estávamos enfrentando. Dizer isso é duro, e quem joga para a galera corre desse discurso”. 

Covardia

A vereadora defende que tudo o que disse sobre as medidas de restrição de circulação de pessoas na pandemia é em prol da preservação da saúde da população e da luta contra  a pandemia, que tem deixado os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) cheios em todo o país. 

“É inadmissível as pessoas serem amarradas em macas por falta de sedativo. É inadmissível as pessoas morrerem por falta de leitos. É inadmissível que covardes ataquem aqueles que defendem a saúde das pessoas”.

Ataques virtuais

Além das ameaças, Lohanna tem sido alvo de ataques em publicações com conteúdos falsos. Um desses posts diz que o Município tem ganhado R$ 18 mil por cada pessoa morta pela Covid-19 em seu território. Outro fala de suposta eficácia em remédios sem qualquer tipo de comprovação científica (o chamado “kit-covid” defendido pelo governo Bolsonaro). Há até uma informação, falsa, de que a vereadora frequentou aglomerações recentemente. 

“É um absurdo o que está acontecendo em Divinópolis e no Brasil. Nós como políticos estamos expostos a críticas, e eu lido bem com isso. Mas, aqueles que me ameaçam e atacam com calúnias serão processados e espero que presos”.

Outros casos

Ataques parecidos com esses, oriundos de grupos contrários às restrições de circulação pensadas para conter a covid-19, têm ocorrido também contra a ex-candidata a prefeita Laiz Soares (Solidariedade) e o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Warlon Elias.

“Espero que possamos nos recuperar logo e que sejamos vacinados o quanto antes. Continuo trabalhando incansavelmente por Divinópolis e pela saúde da população. Minha solidariedade aos ataques sofridos pela Laiz Soares e pelo Warlon Elias. Dias melhores virão. A verdade prevalecerá”, finaliza Lohanna.