Poliany Mota
O aumento no número de registro junto ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) deixou evidente a crise vivida atualmente no comércio divinopolitano. De acordo com dados do relatório mensal do SPC na cidade, em junho deste ano o registro de inadimplentes teve um aumento de 44,50% em comparação ao mesmo período do ano passado, enquanto o número de consultas realizadas para compras a prazo recuou 9,42%.
Segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Divinópolis (CDL), Rogério Aquino, a população não tem conseguido honrar seus compromissos financeiros, o que gera o aumento do endividamento e, conseqüentemente, o registro de inadimplência no SPC.
“Os divinopolitanos estão com um acúmulo de dívidas, mas não são referentes a este ano, a maioria é dívida ainda de 2013. O que a gente está vivendo é decorrente de uma crise nacional, não é apenas em Divinópolis. Com o período da Copa também teve baixa nas vendas, porque os lojistas tiveram que fechar as portas mais cedo. A curto prazo não vejo uma melhora no setor”, explicou.
Em junho os números do indicador de recuperação de crédito mostram uma queda de 1,54% em comparação ao mesmo período de 2013. Entretanto, o desempenho de junho foi o melhor dos últimos quatro meses. Em janeiro a recuperação de crédito registrou uma queda de 3,81%. O cenário piorou nos meses de março e abril, período em que houve os piores índices, 15,74% e 16,44%.
Apesar da fase ruim de quitação de dívidas, se comparado com o cenário nacional, a situação de Divinópolis é melhor, já que no Brasil a taxa de recuperação de crédito recuou 2,22% em junho, em relação ao mesmo mês do ano passado.
No primeiro semestre de 2014 os registros de recuperação de crédito tiveram dois momentos de crescimento, em
fevereiro, 1,99%, e maio, mês das mães, uma das melhores datas para o comércio, com aumento no pagamento de dívidas de 10,8%.
De acordo com a gerente de uma grande loja de roupas, a expectativa é que com o dia dos pais e das crianças, as vendas voltem a crescer neste segundo semestre.
“De janeiro até março foi péssimo. As vendas cresceram um pouco depois do dia das mães. A Copa também atrapalhou uma das melhores datas para o comércio, que é o dia dos namorados, este ano vendemos bem menos do que em 2013. Com o dia dos pais e das crianças esperamos que as vendas aumentem”, contou Juliana Silva.