Criança de 1 ano sofreu seis mordidas, incluindo uma na cabeça. Escola reconheceu falha e demitiu funcionária responsável, mas lamentou exposição nas redes sociais.
Sandra Melo, uma mãe de Divinópolis, na Região Centro-Oeste de Minas, denunciou uma escola particular por negligência. Ao PORTAL GERAIS ela confirmou que a filha dela, de pouco mais de um ano, foi mordida diversas vezes enquanto estava sob os cuidados da instituição, na última sexta-feira (17/01).
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“Ela, a diretora, a dona da escola, me ligou e falou que minha criança tinha sido mordida. No mesmo áudio do WhatsApp, disse também que minha filha havia caído do escorregador no parquinho. Fiquei preocupada e quis buscá-la imediatamente”, contou a mãe.
Ao buscar a filha, percebeu que a situação era mais grave do que o informado. Conforme Sandra, ela percebeu várias mordidas em sua filha.
“Vi várias mordidas. Falei com a professora e disse: ‘Olha, fez um estrago na minha filha. Estou pensando em levá-la ao médico, porque foi muito forte’. Chegando em casa, ao dar banho, percebi seis mordidas, uma delas na cabeça, no local onde disseram que ela teria caído”, relatou.
De acordo com a mãe, a escola justificou que, no momento do incidente, uma cuidadora estava lavando o ferimento de outra criança, deixando os demais alunos sozinhos. Para ela, houve negligência por parte da cuidadora da escola de Divinópolis.
“Nesse intervalo, minha filha foi atacada. A escola sabia que essa menininha tinha o hábito de morder e, mesmo assim, não redobrava a atenção”, disse.
Negligência em escola de Divinópolis reportada nas redes sociais
Indignada, a mãe compartilhou a situação em seu Instagram pessoal. No sábado (18/01), a diretora e a professora da escola a procurou solicitando que apagasse a publicação
“Postei uma foto da minha filha e disse que ia ficar tudo bem. No dia seguinte, a diretora e a professora me procuraram pedindo para apagar a publicação. Recusei”, afirmou.
Conforme relatado ao PORTAL GERAIS, a criança demonstrou medo ao reencontrar as responsáveis pela escola.
“Quando minha filha viu as duas, começou a chorar e se agarrou em mim. Uma funcionária minha precisou segurá-la enquanto eu conversava com elas”, contou.
Após o episódio, a mãe decidiu retirar a filha da instituição. Na segunda-feira (20/01) ela procurou a escola para pegar os pertences da criança e solicitar o reembolso.
“Depois, recebi uma mensagem da escola dizendo que analisariam isso. A negligência foi evidente”, desabafou.
Além disso, mãe da criança relatou casos semelhantes de outras mães que passaram por situação parecida.
“Descobri que outras crianças já foram mordidas pela mesma aluna. Algumas mães também tiraram os filhos da escola por isso. Não culpo a criança nem a família, mas a escola foi negligente. Poderia ter acontecido algo pior com minha filha”, concluiu.
A Escola
Em nota enviada ao PORTAL GERAIS a escola afirmou que o episódio aconteceu após uma das cuidadoras precisar se ausentar da sala por alguns instantes. Ao retornar, ela percebeu que duas crianças estavam em conflito.
“Quando a monitora retornou, percebeu que duas crianças estavam em conflito. Elas foram imediatamente separadas, mas, infelizmente, uma delas já havia sofrido escoriações causadas por mordidas”, informou
A escola afirmou que, após prestar os primeiros cuidados à criança agredida, entrou em contato com a mãe da vítima.
“Nos colocamos à disposição para quaisquer esclarecimentos, seja por telefone, envio de fotografias pelo WhatsApp ou até mesmo com a ida pessoal da proprietária da escola ao local de trabalho da mãe”, destacou a direção.
A instituição informou que desligou a funcionária responsável pelo acompanhamento no momento do incidente.
“Entendemos que houve imprudência funcional por parte da cuidadora. Por isso, adotamos essa medida para garantir a segurança das crianças e evitar novos episódios”, explicou.
A escola ressaltou que este foi um episódio isolado e que medidas estão sendo tomadas para impedir que algo semelhante volte a acontecer.
“Prezamos pelo respeito e cuidado com todas as crianças que estão sob nossa responsabilidade. Nunca nos eximimos de nossas obrigações, como mostram as mensagens enviadas à mãe”, afirmou.
A direção também lamentou a exposição do caso em redes sociais.
“Entendemos o desconforto da mãe diante do ocorrido, mas não concordamos com a divulgação de informações e imagens envolvendo menores em mídias públicas. Essa conduta é desnecessária e prejudicial”, pontuou.
Por fim, a escola reiterou seu compromisso com o acolhimento da mãe e da criança envolvida.
“Nos sensibilizamos com o ocorrido e permanecemos à disposição para maiores esclarecimentos. Nosso objetivo é garantir o bem-estar de todos os alunos”, concluiu a nota.
