Estudo aponta nova mancha de inundação que atingiram mais residências em caso de rompimento da barragem
A Defesa Civil Estadual, o Ministério Público e a Secretaria Estadual de Saúde estão em Itatiaiuçu, desde a manhã desta quinta-feira (04), reunidas com a ArcelorMittal. Um estudo da Mina Serra Azul entregue a Agência Nacional de Mineração relevou uma nova mancha de inundação caro a barragem se rompa em Pinheiros, povoado de Itatiaiuçu.
Segundo a Defesa Civil, o estudo aponta que a área de inundação poderia chegar em 23 novas residências próximas à mina. Devido a isso, um trabalho de busca ativa está sendo feito no município, para a evacuação dos moradores destes imóveis.
Em fevereiro deste ano, cerca de 50 famílias precisaram deixar seus imóveis.
ArcelorMittal
Em nota a ArcelorMittal disse que a barragem de rejeitos de mina, que é à montante, está desativada desde 2012 e que desde então, a Serra Azul está operando sem nenhum rejeito úmido, o qual foi substituído pelas metodologias de empilhamento a seco e em cava.
“Em fevereiro de 2019, a Mina de Serra Azul implementou uma evacuação preventiva da comunidade local com base em novos fatores de análise de segurança, após os recentes incidentes ocorridos no setor de mineração brasileiro. Desde a evacuação, em 8 de fevereiro, o monitoramento foi ampliado para incluir medidas adicionais, como monitoramento por vídeo 24 horas, monitoramento por radar, monitoramento sísmico, inspeções por drone e automação dos dispositivos de medição de nível do reservatório” afirmou a empresa.
A ArcelorMittal ainda comunicou que a Mina tem trabalhado com as autoridades e com especialistas independentes para atualizar os modelos para a barragem desativada de Serra Azul.
Também em fevereiro foi firmado um Termo de Acordo Preliminar (TAP) entre o Ministério Público e a ArcelorMittal Brasil, para o início da reparação dos impactos causados pelo acionamento do Plano de Ação de Emergência de Barragem de Mineração (PAEBM).
Após a atualização da análise teórica de rompimento de barragem (dam break) e adotando premissas mais conservadoras, a área potencial de impacto foi ampliada, mantendo uma margem de segurança maior.
Em resposta a isso, segundo a empresa, a mesma, como medida preventiva, decidiu realocar aproximadamente 30 famílias de duas comunidades. A instituição também ressalta que não houve nenhuma alteração no nível de emergência da barragem, que permanece no nível 2.
Na nota, a empresa declara também que está em contato constante com as autoridades locais e que a prioridade é garantir que os moradores estejam em segurança, sendo futuramente transferidos para acomodações temporárias.
“A Mina de Serra Azul está realizando novas ações e estudos complementares para avaliar as opções para retornar ao plano de descomissionamento da barragem de rejeitos de maneira segura. Após conclusão das melhorias para recuperar o fator de segurança, que estão em andamento, a empresa irá executar o descomissionamento da estrutura”, afirmou a ArcelorMittal.
A instituição finaliza a nota pedindo desculpas pelos transtornos que esta última decisão irá causar à comunidade e às famílias afetadas e reforça que a segurança deve sempre vir em primeiro lugar.
“Agimos rapidamente em fevereiro de forma a garantir que não houvesse nenhum risco para a comunidade do entorno da barragem de Serra Azul. Faremos tudo que estiver ao nosso alcance para apoiar as famílias impactadas por esta última decisão, considerando que a nossa prioridade é a segurança, sempre”, finalizou Sebastião Costa, CEO da ArcelorMittal.
Foto: Referente a primeira desocupação em fevereiro deste ano