Em nota, o órgão classificou como “desrespeitosa” fala do vereador que criticou as secretarias de esportes e de trânsito

O vereador Matheus Costa (PPS) rebateu nesta quinta-feira (21) a divulgada pela Prefeitura de Divinópolis tratando como “chulo e vulgar” os termos usados por ele para criticar as secretarias de Esportes e Trânsito. O pronunciamento foi no dia 19 de fevereiro. 

Na nota a prefeitura afirmou que “a imunidade conferida ao parlamentar para, no exercício exclusivo de seu mandato, expor com liberdade suas idéias e críticas não pode servir de salvo-conduto para um ataque gratuito às instituições públicas e à pessoa de seus respectivos titulares.

O Executivo também disse que a escolha dos secretários municipais é um ato discricionário do chefe do Executivo, que pressupõe confiança na capacidade e na lisura de comportamento de cada um deles.

Críticas

Na ocasião, Matheus Costa criticou as respostas dadas pelos secretários de trânsito e esportes, Waldo Martinho e Ewerton Dutra, respectivamente, durante a prestação de contas das pastas, no Legislativo.

O vereador disse, primeiramente, que Waldo Martinho foi infeliz ao responder às suas perguntas com relação ao faturamento da Settrans. Segundo o parlamentar, ao questionar o secretário, se na pasta falta dinheiro, o mesmo respondeu que não, com um “sorrisinho debochado”.

“Mas eu sei o porquê que não falta por lá, em 2018, foram 18 mil multas. Não falta dinheiro de jeito nenhum, uai. Multando a população. Aí ele justificou que os gastos lá também são grandes. Sabem com o que? Com lombada! Com lombada, semáforo e tinha de asfalto. R$ 4 milhões para fazer isso? Ô, lombada cara! Ela é folheada a ouro, só pode (…) A arrecadação lá é top de linha”, ironizou.

Sobre a Secretária de Esportes – na qual o vereador já trabalhou em cargo de confiança, Matheus criticou Ewerton Dutra, dizendo que o mesmo é cunhado do vice-prefeito, Rinaldo Valério (DC),, sendo este o motivo dele ter sido nomeado e também que o secretário não possui nenhuma relação com a pasta.

Segundo o vereador, o gestor também riu ao ser questionado se falta dinheiro na secretaria, o qual Dutra respondeu que não há verbas.

“Então fecha essa b**! Fecha essa secretaria então, se não tem nada aí”, disparou e continuou:

“Aqui não estamos para brincadeira, o povo e os bairros estão sangrando, não estou falando por mim, pois eu moro em uma casa boa, lá tem concertina, tem cerca elétrica, tenho plano de saúde, graças a Deus, tenho ramo para seguir, tenho profissão, eu estou aqui para o povo, não é por mim. E não venha rir aqui no plenário, falar que não tem dinheiro. Fecha então essa secretaria (…) e distribui esses 30, 35 cargos para o restante das outras, que estão tentando fazer alguma coisa (…) E se estiverem achando ruim de como eu me posiciono aqui, o problema é de vocês”.

Resposta

Na reunião de ontem, Matheus respondeu a nota em questão e manteve os questionamentos utilizados no pronunciamento anterior.

“Eu quero que a prefeitura explique, é cunhado, ou não é? E cadê os R$ 4 milhões da Settrans? Eu vim rebater isso. Sobre o “linguajar chulo e vulgar”, chulo eles estão sendo com os bairros e a população. Vulgar pode me chamar, não tem problema, pois essa palavra quer dizer “do povo, comum” e isso eu sou mesmo”, disse.

O vereador ainda afirmou:

“Se é para continuar com esse tom de garra, juventude, eu irei. Fui muito honrado com essa cadeira, me preparei para isso e vou até o final, doa a quem doer”, finalizou.

Veja, na íntegra, a nota enviada pela prefeitura, sobre o pronunciamento de Matheus Costa:

“A Administração Municipal, em defesa de suas secretarias de esporte e de trânsito, repudia com veemência o termo chulo, vulgar e o tratamento desrespeitoso utilizados pelo vereador Matheus Costa em seu pronunciamento durante a reunião ordinária da Câmara Municipal de Divinópolis.

A imunidade conferida ao parlamentar para, no exercício exclusivo de seu mandato, expor com liberdade suas idéias e críticas não pode servir de salvo-conduto para um ataque gratuito às instituições públicas e à pessoa de seus respectivos titulares, servidores públicos que são, dotados de espírito voltado para o atendimento aos cidadãos divinopolitanos em meio a uma profunda crise econômico-financeira que os limita bastante no tocante ao desenvolvimento dos projetos que possuem para suas pastas.

A escolha dos secretários municipais é ato discricionário do chefe do executivo que pressupõe confiança na capacidade e na lisura de comportamento de cada um deles, a par do reconhecimento da experiência profissional e de vida que conquistaram. Os servidores são credenciados para o desempenho das tarefas que lhes são confiadas pela Administração Pública dia após dia.”