Profissional do Hospital Sofia contraria diagnóstico de sete médicos e libera paciente; Mãe aguarda nova consulta

Ilídio Luciano

A adolescente divinopolitana, de 17 anos, que está grávida de gêmeos, há sete meses e que necessita de uma cirurgia feto-fetal nos dois bebês está de volta à Divinópolis, depois de ficar internada no Hospital Sofia Feldman, em Belo Horizonte.

Ronara Milene Moreira é mãe da adolescente e diz que um médico que estava de plantão no dia 10 deste mês, avaliou que a filha dela não necessita da cirurgia e concedeu alta médica para a menor, mesmo depois de dois outros médicos do Hospital Sofia confirmarem a necessidade da intervenção cirúrgica.

“Levamos todos os laudos aqui de Divinópolis, com o pedido da cirurgia feto-fetal. Chegando em Belo Horizonte, dois médicos confirmaram a necessidade da cirurgia, e que ela já deveria ter feito a operação há algum tempo, um médico na quarta e a médica na quinta-feira”, conta.

Diagnóstico contrário

A mãe informou que, na sexta-feira (10), outro médico que estava de plantão analisou o caso da adolescente e deu seu diagnóstico contrário aos outros colegas de profissão.

“Acontece que, quando foi na sexta-feira (10), um outro médico falou que faria um ultrassom nela, e depois ele analisou o ultrassom e disse que o que está acontecendo é uma simples diferença entre os bebês, que um está maior que o outro e que não precisava da cirurgia feto-fetal, e decidiu dar alta médica para minha filha”, comenta.

Sem saber em qual diagnóstico acreditar, Ronara retornou com a filha para Divinópolis, para nova consulta com a ginecologista que a acompanha desde o início da gestação.

“Retornamos para Divinópolis e eu levei minha filha novamente para a ginecologista, que pediu outro ultrassom para verificar a necessidade de transfusão feto-fetal, que de acordo com ela será necessária”, explica.

Processo Judicial

Ronara afirma que, se for constatada a necessidade da transfusão feto-fetal, ela irá processar judicialmente o médico de Belo Horizonte, que estava de plantão no Hospital Sofia e concedeu alta médica para a adolescente.

“Na próxima segunda-feira, minha filha terá nova consulta com a ginecologista, na quarta faremos um novo ultrassom, sete pessoas dizem que precisa da cirurgia e apenas uma fala que não e dá alta para minha filha? Se for constatada a necessidade da cirurgia, eu vou procurar a Justiça e processar esse médico, porque ele não podia ter dado alta para minha filha”, indigna-se.

A mãe da adolescente conseguiu agendar uma consulta para a filha, em Bom Despacho, com um médico especialista em procedimento cirúrgico fetal, a visita ao médico será no próximo dia 31.

“Soube que tem um médico, Doutor Fábio Batistuta, que atende no Hospital de Clínicas de Belo Horizonte e também em Bom Despacho. Eu consegui uma consulta com ele em Bom Despacho, no dia 31 de janeiro; aí se precisar de fazer a cirurgia, ele mesmo dá o encaminhamento para São Paulo ou Rio de Janeiro, porque é ele mesmo quem faz”, anima-se e finaliza.