UPA Padre Roberto de Divinópolis
A UPA é gerida pela Santa Casa de Formiga (Foto: Arquivo)

 

Profissionais estão com os salários atrasados e sem previsão de receber; Enfermeiros devem aderir ao movimento a partir de quinta (22)

Amanda Quintiliano

Como antecipado pelo PORTAL, médicos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Divinópolis devem cruzar os braços a partir da próxima terça-feira (20). O comunicado do corpo clínico foi protocolado nesta sexta-feira (16) na Secretaria Municipal de Saúde. Os atendimentos devem ser suspensos parcialmente.

O movimento deve ganhar o apoio dos enfermeiros. Eles estão em estado de greve já aprovado em assembleia. Os profissionais aguardavam a decisão dos médicos para definirem se iriam ou não aderirem à paralisação. Eles devem conversar com os profissionais e encaminhar à Semusa o comunicado obedecendo o prazo de 72 horas, ou seja, os enfermeiros devem parar a partir de quinta-feira (22), segundo o presidente do sindicato, Anderson Rodrigues.

“Vamos distribuir os ofícios na manhã da segunda-feira e entrar em greve legalmente obedecendo o prazo de 72 horas por ser serviço essencial”, explicou Rodrigues nesta sexta-feira (16) ao PORTAL.

Os atrasos salariais da prefeitura atinge não somente os enfermeiros concursados. Todos os profissionais cedidos pelo município à UPA estão na mesma situação.

Médicos

O documento dos médicos foi assinado pelo diretor-técnico, Marco Aurélio Lobão, pelo diretor-clínico, Rodolfo Monteiro Barbosa e pelo presidente da Comissão de Ética da UPA, Tarcísio Teixeira de Freitas Junior. Nele, eles relembram os acordos firmados com a Semusa para regularização dos pagamentos e o descumprimento deles.

Cansados de esperar, eles comunicam a limitação dos atendimentos aos casos classificados como vermelho e laranja pelo protocolo de Manchester, ou seja, urgência e emergência. Esta medida vinha sendo tomada desde o final do ano passado. O decreto de calamidade financeira da saúde reforçou, porém, ao longo dos dias, houve um “afrouxamento” e os demais pacientes voltaram a ser atendidos.

“A gente sabe, como a atenção primaria não dá conta do recado, ao não fazer esse atendimentos a população fica prejudicada. Esse não é nosso objetivo. Nosso objetivo é de receber pelo trabalho e assim manter um corpo clínico preenchendo escalas”, disse ao PORTAL o diretor técnico.

“Da maneira que está não dá para continuar. Houve o compromisso que com o repasse do IPTU e IPVA iríamos receber. Não podemos ficar refém desta situação que não se define”, completou.