Lobão fala sobre a UPA e maternidade do Hospital São João de Deus Divinópolis
Lobão diz que município tem feito esforços subumanos para resolver o problema (Foto: Shaenny Bueno)

Amanda Quintiliano

Os médicos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) querem redirecionar os pacientes classificados como azul ou verde pelo protocolo de Manchester para os postos de saúde. Esta foi uma alternativa encontrada para tentar minimizar a superlotação da unidade que chega a registrar cerca de 500 atendimentos diários.

A proposta está em estudo considerando que entre 50% e 60% dos atendimentos da unidade são casos de atenção primária: unha encravada, resfriado, para citar alguns exemplos.

“Estamos conversando com a Secretaria Municipal de Saúde e estudos serão realizados para vermos essa possibilidade”, explica o diretor da UPA, Marco Aurélio Lobão.

Os pacientes de porta da unidade irão passar normalmente pelo procedimento de triagem. A partir dela eles serão informados, caso sejam classificados como casos não urgentes, sobre os postos de saúde disponíveis com médico.

“A minha intenção é que tenha um transporte para levar esses pacientes da UPA até a unidade”, explica Lobão, acrescentando: “Se o médico do posto de saúde entender que o caso é de urgência e emergência aí haverá o encaminhamento para a UPA”.

Outra possibilidade é encaminhar para casa os pacientes que não tenham dificuldade de locomoção e que não estejam tomando medicamentos intravenosos.

Hoje, sexta-feira (06), há 40 pessoas aguardando vagas em hospitais, sete deles em Centro de Tratamento Intensivo (CTI).

“Neste período alguns desses que estão a espera de vagas de CTI podem estabilizar com o tratamento recebido aqui na UPA e irem para leitos normais”, conta.

Intervenção

Lobão não esconde a situação “caótica”, mas não fala em paralisação. Mesmo com a intervenção ética prevista para ser votada no dia 19 de outubro pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) ele acredita que os atendimentos serão mantidos, por se tratarem de urgência e emergência.

“A interdição ética, se for aprovada, a gente irá acatar. Mas, queremos uma interdição no sentido de impedir que a UPA funcione como um hospital […] Um formato seria acionarmos a promotoria e ela a Justiça para que seja determinada a compra de um leito em qualquer hospital para esses pacientes”, explica.

O diretor reconhece que os problemas não são novos, porém, afirma ele, se acentuaram com a crise financeira.

“O que a gente sempre viveu agora está temperada com uma crise financeira e a gente está sem horizonte”, enfatizou fazendo um pedido à população.

“Precisamos de conscientização neste momento. Procurem a UPA apenas em casos de urgência”.