Amanda Quintiliano
O corpo médico da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Divinópolis encaminhou ofício ao Ministério Público (MP) falando do risco iminente de paralisação. O documento também foi entregue ao Conselho Regional de Medicina, ao Sindicato dos Médicos de Minas Gerais e à Secretaria Municipal de Saúde (Semusa). Ele foi lido na íntegra pelo vereador Eduardo Print Jr (SD) na reunião desta quinta-feira (28).
O documento começa pontuando a falta de insumos básicos. Segundo o ofício assinado pelo diretor clínico, Rodolfo Monteiro, faltam medicamentos, algodão, tala gessada, materiais de higiene.
O pagamento dos médicos está atrasado há dois meses. A última vez que receberam foi em junho.
“O que está gerando insatisfação e iminência de movimentos de paralisação de atendimentos destes profissionais da Santa Casa de Formiga”, consta no documento.
No ofício o diretor pede ajuda para reverter o cenário e conclui reforçando a desmotivação e o risco de escalas incompletas no decorrer do mês o que afetaria o atendimento da UPA.
Santa Casa
A reportagem do PORTAL tentou contato com a Santa Casa de Formiga. A assessoria pediu que conversássemos com o superintendente da UPA, José Orlando. Entretanto, as ligações caíram direto para a caixa de mensagem.
Caos
Em agosto a prefeitura emitiu uma nota de alerta dizendo que a UPA estava prestes a atingir o limite. Na época já falava-se em atrasos de honorários. A principal justificativa para débitos é devido ao repasse atrasado por parte da Secretaria de Estado de Saúde.
Há 12 meses nenhum centavo dos R$125 mil mensais foram repassados ao município e, consequentemente, para Santa Casa de Formiga, responsável pela gestão, somando R$1,5 milhão.
Parte dos honorários de junho, sendo 65%, foi pago e a previsão era de os 35% restantes serem acertados ainda no final de agosto. Porém, não ocorreu.
Os atrasos são referentes aos 29 médicos contratados pela Santa Casa de Formiga. Os cedidos pela prefeitura e os demais funcionários estão com o pagamento em dia.