Amanda Quintiliano
O São João de Deus é o único a atender pelo SUS em Divinópolis (Foto: Amanda Quintiliano)
Nenhum dos ginecologistas e obstetras da maternidade do Hospital São João de Deus apareceu para trabalhar nesta quinta-feira (20). As pacientes que estavam internadas receberam “alta” e os partos programados foram transferidos para outros hospitais da cidade, conforme informações do pronto-atendimento.
O impasse já dura há mais de um mês e as ameaças de fechamento da maternidade se intensificaram na última semana. O principal motivo é o atraso no pagamento dos profissionais que também alegavam falta de materiais básicos para trabalharem. O montante já soma R$ 2,5 milhões. Na última reunião entre a superintendência da unidade e os profissionais havia sido acordado um prazo maior para o pagamento.
A assessoria de comunicação do hospital não repassou detalhes sobre a suspensão do serviço. Em contato com o promotor, Sérgio Gildin ele disse que já foi definido um plano para manter a assistência. O pré-atendimento será feito no hospital e em caso de internação, partos, haverá a transferência para outras unidades da cidade até que a situação se normalize.
A informação é de que a medida emergencial não representará custos extras à unidade. Os hospitais que atenderem as pacientes serão pagos com repasses do Sistema Único de Saúde (SUS), mas a transferência será feita pelo HSJD. O São João de Deus é o único a fazer partos pelo SUS em Divinópolis.
As negociações com os médicos serão retomadas para pagamento dos salários em atraso. Entretanto, não está descartada a possibilidade de contratação de novos profissionais para suprir a demanda, caso os atuais não queiram retomar ao trabalho.
A superintendência tem aguardado repasses do governo estadual e federal para tentar pagar os profissionais. A previsão é de que esse recurso, também em atraso, chegue ainda este mês aos cofres do São João de Deus.
Nenhum médico foi encontrado para falar sobre o caso.
